Com 204.282 eleitores, o quinto maior colégio eleitoral do Estado terá seis candidatos disputando a prefeitura nas eleições adiadas para novembro devido à pandemia. Ao contrário de 2016, quando oito nomes disputaram o comando do município, desta vez, o número de concorrentes é menor. Incluindo os vices, boa parte dos candidatos que pedirão voto a partir deste domingo – início da campanha eleitoral -, é conhecida do eleitorado e já concorreu em outras eleições ou ocupou cargos públicos.
O papel do prefeito na administração de um município
A seguir, você, eleitor, conhece um pouco mais dos aspirantes à prefeitura e de que lado estavam no cenário eleitoral de 2016, data do último pleito municipal. Os nomes seguem em ordem alfabética. As fotos foram solicitadas e encaminhadas pelas assessorias dos candidatos.
Sobrenome conhecido na política
O advogado e empresário Evandro de Barros Behr concorrerá pela primeira vez a prefeito de Santa Maria. Ele representa o partido Cidadania e terá o apoio da Democracia Cristã (DC). A disputa é com chapa pura, e a enfermeira Carla Kowalski será a vice. Filho de um dos prefeitos – Evandro Behr – mais bem-sucedidos da história de Santa Maria na década de 90, Evandro já concorreu a vice-prefeito ao lado do ex-prefeito Cezar Schirmer (MDB), em 2000, além de ocupar cargos nos governo Germano Rigotto (MDB).
EVANDRO DE BARROS BEHR
- 50 anos
- Coligação “A Santa Maria que queremos, a Cidade que Merecemos!” (Cidadania e DC)
- Empresário e advogado
- Concorreu a vice-prefeito em 2000 e a deputado estadual em 2002. Ocupou cargos no governo Germano Rigotto (MDB)
- Redes sociais: Facebook e Instagram
Surpresa de 2016 na disputa novamente
O pastor evangélico Jader Maretoli representará o Republicanos na disputa eleitoral da Boca do Monte e conta com a adesão do Partido Social Cristão (PSC). A exemplo do Cidadania, a sigla, que é ligada à Igreja Universal, concorre com chapa pura, e a professora Maria Helena Rodrigues completa a majoritária. Jader disputou a prefeitura em 2016 pelo Solidariedade (SD) e foi a grande surpresa do pleito. Seu vice foi o também pastor e ex-comandante da Polícia Rodoviária Federal Adão Lemos, na época no PSC e hoje filiado ao PSDB.
Candidato de um partido sem tradição na cidade e apoiado por mais seis siglas (PSC, PRB, PSL, PTN, PRTB e PTC) também sem muita expressão no Coração do Rio Grande, ele aproveitou bem a vitrine do derradeiro debate promovido pela RBS TV e disparou para todos os lados. Como resultado, conquistou eleitores e acabou em quarto lugar na disputa, com 19.487 votos.
Em Santa Maria, o Republicanos tem um vereador: Alexandre Vargas, presidente atual do partido.
JADERSON TOLEDO MARETOLI
- 35 anos
- Coligação “Avança Santa Maria” (Republicanos e PSC)
- Formado em Gestão Pública, é microempresário, líder motivacional e pastor evangélico
- Além de concorrer a prefeito em 2016 e a deputado estadual em 2014 e 2018, foi coordenador do Sine no governo Tarso Genro (PT) e secretário adjunto de Esportes no governo Eduardo Leite (PSDB).
- Redes sociais: Facebook, Instagram
O desafio da reeleição
O atual prefeito Jorge Pozzobom (PSDB) buscará a reeleição. Em 2016, ele e o deputado estadual Valdeci Oliveira (PT) protagonizaram o segundo turno mais disputado do país e, ao final, o tucano (73.003 votos) venceu o petista (72.777 votos) por uma diferença de 226 votos, renunciando ao mandato na Assembleia Legislativa para assumir o comando do município.
Há quatro anos, o Progressistas foi fundamental na estrutura da coligação e na vitória de Pozzobom, que teve Sergio Cechin (Progressistas) como vice. Até o início de março de 2020, Pozzobom e Cechin eram os melhores parceiros de administração, cumprindo grande parte das agendas juntos e trocando elogios públicos.
Mas bastou o Progressistas confirmar a candidatura do vice a prefeito para a relação estremecer. Hoje, a relação entre ex-aliados é tensa com troca de acusações e muita picuinha nos bastidores e nas redes sociais, o que tende a aumentar com a campanha eleitoral.
Sem o Progressistas, os tucanos constituíram uma coligação com o Podemos, o PTC, o PSL, ex-partido do presidente Jair Bolsonaro, o DEM, companheiro já da primeira eleição, e o PTB, sigla, aliás, que fez parte do governo Pozzobom, depois saiu e se uniu à aliança do PDT, flertou com o Progressistas e voltou à prefeitura.
O vice do atual prefeito será o empresário Rodrigo Decimo (PSL), ex-presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Santa Maria (Cacism), estreante na política.
No Legislativo municipal, o PSDB tem três vereadores: Admar Pozzobom, João Chaves, e Juliano Soares, o DEM é representado por Manoel Badke, Maneco, e o PTB, por Ovídio Mayer, Dr. Ovídio.
JORGE CLADISTONE POZZOBOM
- 50 anos
- Coligação “Em frente, Santa Maria!” (PSDB, DEM, PSL, PTB, PTC e Podemos)
- Advogado
- Foi vereador por um mandato e eleito deputado estadual em duas legislaturas. Além disso, foi secretário-adjunto da Secretaria Geral no governo Yeda Crusius (PSDB) e secretário de Assistência Social e de Relações Institucionais na primeira administração do prefeito Cezar Schirmer (MDB)
- Rede Sociais: Facebook e Instagram
Aposta que vem do campo
Vereador de segundo mandato e afiliado do deputado estadual Valdeci Oliveira, Luciano Guerra foi o escolhido como a aposta do PT para as eleições de novembro. Ao contrário dos pleitos municipais anteriores, o PT não estará coligado com siglas identificadas com a esquerda.
Luciano, que foi o parlamentar mais votado na eleição de 2016 com 4.215 votos, terá como companheiro de chapa o também vereador Marion Mortari, do PSD, partido de centro e identificado com bandeiras conservadoras. No início da legislatura, o parlamentar do PSD chegou a integrar a base do governo Pozzobom. Tanto Marion quanto Luciano são ligados ao meio rural.
O PT tem atualmente quatro vereadores: além de Luciano, Daniel Diniz, Professora Celita da Silva e Valdir Oliveira. Já o PSD é representado, ainda, por Deili Silva, Dra. Deili.
LUCIANO ZANINI GUERRA
- 45 anos
- Coligação “Você na prefeitura!” (PT e PSD)
- Radialista e formado em Gestão Pública
- Foi subprefeito do Distrito de Palma por quatro mandatos e eleito vereador por duas legislaturas
- Redes sociais: Facebook, Instagram
Segunda tentativa e um vice improvável
Radialista e presidente municipal do PDT, Marcelo Bisogno será novamente o candidato dos trabalhistas em busca da prefeitura. Em 2016, ele concorreu ao lado do empresário Ewerton Falk, à época também do PDT e hoje filiado ao DEM e secretário de Desenvolvimento Econômico do governo Pozzobom (PSDB). Bisogno ficou na quinta posição com 12.515 votos.
Desta vez, o pedetista concorre numa aliança composta por PDT, PCdoB, Rede, Partido Verde e PSB. A surpresa ficou por conta da escolha do vice, o o ex-deputado Fabiano Pereira (PSB), que até então era cogitado para concorrer a prefeito. Em 2016, Fabiano disputou o comando da cidade com o MDB de vice, chegando em terceiro lugar com 20.290 votos.
Na Câmara de Vereadores, o PDT tem dois parlamentares: Jorge Trindade, Jorjão, e Luci Duartes, Tia da Moto. As outras siglas não têm representação no Legislativo.
MARCELO ZAPPE BISOGNO
- 46 anos
- Coligação “Um novo caminho para Santa Maria” (PDT, PSB, PCdoB, Rede e PV)
- Radialista
- Foi vereador pelo PT e depois pelo PDT, além de secretário de Esportes na gestão Valdeci Oliveira (PT) e de Mobilidade Urbana no primeiro governo Cezar Schirmer (MDB)
- Redes Sociais: Facebook e Instagram
Dupla desfeita e carreira solo
O vice-prefeito Sergio Cechin decidiu concorrer em carreira solo e desfazer a dupla com Pozzobom, que, até certo momento, sinalizava que iria se repetir. Desde que anunciou a candidatura, o progressista articulou com vários partidos em torno de seu nome, constituindo a aliança Santa Maria Agora Sim (Progressistas, MDB, PRTB, Patriota, Pros, PL, Avante e Solidariedade).
O vice de Cechin será também um ex-aliado do governo Pozzobom: o vereador e médico Francisco Harrisson (MDB), que até janeiro deste ano foi secretário de Saúde da prefeitura. Em 2016, o MDB, um dos maiores partidos da cidade, ocupou o papel de vice. À época, a atual presidente da sigla, Magali Marques da Rocha, concorreu como vice de Fabiano Pereira.
Na disputa entre candidatos da base da prefeitura, Pozzobom e Cechin chegaram a disputar o apoio de duas siglas pequenas em Santa Maria: Avante e Podemos. Em virtude das decisões locais, as duas agremiações acabaram sofrendo intervenções dos seus comandos estaduais. Como resultado, o Avante acabou com Cechin, e o Podemos, com Pozzobom.
Entretanto, o progressista incluiu o partido como da sua aliança no registro encaminhado à Justiça Eleitoral, argumentando que a direção local decidiu apoio a sua coligação. Contudo, o agora presidente do Podemos na cidade, Marco Vieira, garante que a sigla aderiu à candidatura de Pozzoobom. Já a coligação de Cechin afirma que caberá à Justiça eleitoral decidir o enrosco.
O Progressistas tem três vereadores no Legislativo: Cida Brizola, Dra. Cida; João Ricardo Vargas, Coronel Vargas; e Vanderlei Araújo. O MDB também tem três: Adelar Vargas, Bolinha; Dr.Francisco e Marta Zanella. As demais siglas não têm representação na Casa.
SERGIO ROBERTO CECHIN
- 66 anos
- Coligação “Santa Maria agora sim” (Progressistas, MDB, PRTB, Patriota, Pros, PL, Avante e Solidariedade)
- Engenheiro Civil
- Foi vereador por seis mandatos, vice-prefeito de José Farret e secretário de Assuntos Comunitários e de Viação e Transportes de município na década de 90. Foi coordenador regional de Obras no governo Antônio Britto, do MDB,e secretário de Habitação e Regularização Fundiária na gestão de Cezar Schirmer (MDB). É o atual vice-prefeito de Jorge Pozzobom (PSDB)
- Redes sociais: Instagram e Facebook