Paralelo 29

PARALELAS: Sucessão de Pozzobom é logo ali

cabine de votação
Foto:José Mauro Batista, Paralelo29

A coluna Paralelo 29 deste domingo (6) se antecipa quatro anos e analisa possíveis nomes para concorrer à sucessão do prefeito reeleito Jorge Pozzobom. Também traz bastidores e a alta do deputado federal Osmar Terra (MDB), que se curou da Covid, mas não da teimosia.

NEM BEM TERMINA UMA ELEIÇÃO…

...E já há quem esteja pensando não só nas eleições de 2022, mas, também, nas próximas eleições municipais, em 2024.

Isso mesmo! Já está na agenda de alguns políticos a sucessão do recém prefeito reeleito Jorge Pozzobom (PSDB).

…E JÁ HÁ NOMES NA MESA…

Ainda nem começou o segundo mandato de Pozzobom na prefeitura de Santa Maria e já há nomes de possíveis candidatos ao cargo em 2024.

Um nome natural é o do advogado e empresário Evandro de Barros Behr, que concorreu a prefeito pelo Cidadania.

Mesmo sendo o último colocado, Behr é visto, ainda, como um potencial candidato nos próximos pleitos.

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SONHO DE CONSUMO

Há quem diga que ele está no partido errado pelo fato de o Cidadania ser uma sigla pequena em Santa Maria.

Além disso, o partido tem em seu DNA genes do antigo Partido Comunista Brasileiro (PCB). Seria, portanto, contraditória com as ideias liberais defendidas pelo advogado e empresário.

Behr é um “sonho de consumo” do Progressistas, partido originário do antigo PDS. Foi pelo PDS que o pai do advogado, também Evandro, foi prefeito de 1989 a 992.

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DO CIDADANIA AO PROGRESSISTAS?

O próprio Sergio Cechin, atual vice-prefeito e candidato derrotado no segundo turno, vê essa possibilidade.

Evandro de Barros Behr seria um sonho do Progressistas para 2024/Foto: Divulgação

Na noite da apuração do segundo turno, quando a derrota já era certa, Behr estava na casa de Cechin.

O vice-prefeito, então, apontou para ele e disse: “Estou preparando este moço para a próxima. Vai chegar a vez dele”. Em 2024, Behr terá 54 anos.

O ex-candidato do Cidadania ainda não sabe o que vai fazer, mas não estranhe se em 2022 ele aparecer como candidato a deputado, cargo que, aliás, ele já disputou pelo PMDB.

E também não estranhe se ele concorrer por outra sigla.

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O TAL NOME LIBERAL

Também não se pode deixar fora do cenário de 2024 o Novo, partido que se define liberal-raiz.

Até por não ter concorrido este ano, o Novo terá de dar as caras em 2024 se quiser se constituir como uma agremiação protagonista.

O partido talvez tivesse um vereador se concorresse e, obviamente, tivesse uma nominata competitiva este ano.

Mas como não participou diretamente do processo eleitoral, apoiou o candidato a vereador do Progressistas Pablo Pacheco, que foi eleito.

Riesgo será o nome do Novo para a sucessão de Pozzobom? Foto: Facebook, Reprodução

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EM OUTRA SIGLA

Pacheco é, portanto, um “novista” dentro de outra sigla. Só se houver a possibilidade de trocar de sigla para ele, eventualmente, ser um nome do Novo para uma disputa à prefeitura.

O fato é que, se a maior liderança local do Novo, o deputado estadual Giuseppe Riesgo, se reeleger deputado em 2022, ele inviabiliza uma possível candidatura a prefeito até porque teria que renunciar ao cargo em um eventual sucesso.

A menos que a sigla abra mão do princípio de não incentivar o carreirismo político entre seus quadros.


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NO PT UM NOME JÁ DESPONTA

Outro nome que desponta para a sucessão de Pozzobom é o do advogado Ricardo Blattes, recém eleito vereador pelo PT.

Blattes chegou a ensaiar uma pré-candidatura a prefeito este ano, mas Luciano Guerra acabou sendo o candidato petista.

Em 2024, Blattes terá 39 anos, portanto, será jovem ainda. Afora isso, o advogado é bem articulado e tem tudo para fazer um mandato diferenciado e se tornar viável como candidato ao Executivo.

Vereador eleito, Blattes desponta como nova liderança petista/Foto: Reprodução, Facebook

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SÓ UMA PEDRA NO CAMINHO

Em princípio, apenas outro petista, hoje, pode ser considerado um obstáculo a Blattes: Valdeci Oliveira, deputado estadual, que terá 67 anos quando o segundo governo de Pozzobom estiver se encerrando.

Mas não se sabe o Valdeci pensa sobre o futuro. É muito provável que ele concorra à reeleição daqui a dois anos ou, quem sabe, tente retornar à Câmara dos Deputados.

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QUEM SERÁ O CANDIDATO DO GOVERNO POZZOBOM?

Mas não esqueça que o segundo governo Pozzobom também deve estar no páreo. E aí, em princípio, não se pode descartar uma candidatura do empresário Rodrigo Decimo, novo vice de Pozzobom.

Vice-prefeito eleito, Decimo poderá ser alternativa do governo à sucessão em 2024/Foto: Reprodução, Facebook

Filiado ao PSL, Decimo tanto poderá concorrer por esse partido como, quem sabe, ir para o PSDB e se tornar um candidato tucano.

Tudo vai depender, é claro, do desempenho da administração municipal como um todo e do futuro vice-prefeito, em particular.

Ou seja, Decimo terá interesse em seguir uma carreira política ou sua passagem pelo Executivo será tratada como uma missão específica?

Outras possibilidades seriam uma candidatura tucana a partir da Câmara de Vereadores ou do próprio secretariado, mas estas hipóteses são bem menos prováveis, embora não impossíveis.

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MDB GASTOU SUAS POSSIBILIDADES, MAS RESTA UMA

O MDB apostava na ascensão do vereador Francisco Harrisson, Dr Francisco, para viabilizar seu retorno ao Executivo.

Primeiramente, lançou Francisco como pré-candidato, porém fez uma aliança com o Progressistas e Francisco virou vice de Sergio Cechin.

Em caso de vitória, Francisco poderia cacifar-se como candidato a prefeito em 2024. Mas a aliança deste ano custou-lhe a cadeira de vereador. E sem mandato, as coisas se complicam muito.

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UM NOME BARULHENTO

Nesse contexto, o nome natural do MDB seria o do advogado Tubias Calil, que retorna ao Legislativo a partir de janeiro. Tubias também é novo e promete um mandato barulhento. Além do mais, seria o único representante da bancada para essa tarefa.

De volta à Câmara de Vereadores, Tubias seria um nome natural no MDB para a próxima sucessão/Foto: Reprodução, Facebook

Por fim, não se pode esquecer que ele chegou a estar na lista de pré-candidatos a prefeito pelo partido.

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SIGLAS DE ETERNOS CANDIDATOS

Tanto o PDT como o PSB tendem a repetir o que ocorreu nos últimos pleitos, salvo se houver alguma renovação em seus comandos locais.

Bisogno poderá ser candidato pela terceira vez. Isso se não houver nenhuma renovação no PDT/Foto: Reprodução, Facebook

Ou seja, Marcelo Bisogno poderá ser candidato trabalhista pela terceira vez, da mesma forma que Fabiano Pereira poderá novamente representar os socialistas em mais um pleito municipal.

Fabiano deve ser, mais uma vez, a opção do PSB em uma eleição municipal/Foto: Reprodução, Facebook

Afinal, tanto um como o outro sonham sentar na cadeira que já foi de Valdeci Oliveira, e de Cezar Schirmer e, agora, de Pozzobom.

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OS SEM BANCADA E OS FORTALECIDOS

Sem bancada, alguns partidos tendem a ser meros coadjuvantes numa próxima sucessão municipal.

Alexandre Vargas, reeleito com a maior votação entre os 21 novos vereadores, fortalece seu nome dentro do Republicanos, que aumentou bancada/Foto: Reprodução, Facebook

Estes são os casos do PSD e do PTB, que perderam seus vereadores e não conquistaram cadeiras na Casa.

Por outro lado, o Republicanos ampliou sua representação e passa a ter dois parlamentares.

O delegado da PF Getúlio Jorge de Vargas é novato e não se sabe o que pretende além da vereança.

Já Alexandre Vargas, reeleito com a maior votação entre os 21 que irão compor a nova legislatura, é um nome que se fortalece.

Daí que não pode ser descartado, até porque o candidato deste ano, Jader Maretoli, parece ter gasto o seu repertório, além de não ser garantido que permaneça no Republicanos.

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SE 2024 FOSSE HOJE…

Resta, ainda, o PC do B, que volta a ter uma bancada na Câmara de Santa Maria após quase 30 anos. Portanto, é outro que sai fortalecido.

Werner Rempel, que retorna ao Legislativo pela sigla da foice e do martelo, é um nome respeitado na política local e seria um nome natural no PC do B para uma candidatura ao Executivo.

É claro que o médico poderá optar por uma reeleição, algo que seria mais tranquilo e viável.

Rempel, que retorna ao Legislativo, é um nome natural dentro do PCdoB para os próximos desafios da sigla em Santa Maria/Foto: Reprodução, Facebook

O médico vereador poderá, igualmente, tentar uma cadeira na Assembleia Legislativa, coisa que já tentou pelo PMDB e pelo PPL.

No entanto, há quem acredite – e até aposte – que Rempel não terminará o mandato no PC do B. Mas isso já é uma especulação.

O fato é que, se 2024 fosse hoje, os comunistas teriam, se quisessem, um nome para a prefeitura.

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EFEITO DA ESTUPIDEZ

A manutenção das eleições municipais de 2020 em plena pandemia foi uma estupidez dos políticos e magistrados brasileiros.

Como era de se esperar, candidatos, militantes e cabos eleitorais em geral se aglomeraram, distribuíram santinhos e chegaram muito perto das pessoas.

Pode até não ser justo colocar o aumento dos casos de Covid exclusivamente na conta dos políticos, mas não é de se estranhar que os números dispararam justamente no período eleitoral.

Que prejuízo teriam o país, a economia e a democracia se as eleições fossem adiadas para o primeiro semestre de 2021?

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A TEIMOSIA DE OSMAR TERRA

O deputado federal Osmar Terra (MDB) deixou o hospital no sábado, depois de passar 12 dias internado por conta da Covid.

Apesar do susto, o deputado gaúcho insistiu nas críticas à Organização Mundial de Saúde (OMS) pelo fato de o órgão recomendar que as pessoas não festejem o Natal.

Em sua conta no Twitter, Terra acusa o órgão de ser controlado “pela esquerda ideológica, que jogou o mundo na confusão e no pânico”.

Ao que parece, Terra, infelizmente, não apreendeu com a doença que já tirou a vida de mais de 176 mil brasileiros, 114 deles em Santa Maria, cidade onde sempre recebeu votos.

Ao fazer coro com o presidente Jair Bolsonaro e minimizar a pandemia, o emedebista nega a ciência, embora afirme estar falando nela.

Deputado Osmar Terra deu alta após 12 dias internado por Covid/Foto: Marcelo Camargo, Agência Brasil

Em março, Terra afirmou que a Covid mataria menos que a gripe H1N1 em 2019, que tirou a vida de 2.018 pessoas.

Assim como o colunista deseja que o deputado não sofra com nenhuma sequela da Covid, também deseja que Terra seja menos orgulhoso e reconheça que está errado.

Agindo assim, ajudará a, pelo menos, evitar mais mortes.

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TRANSVERSAIS

*As eleições municipais fizeram estragos em relações políticas. E não só no consórcio eleito em 2016 para governar Santa Maria, que tem como protagonistas o prefeito Jorge Pozzobom (PSDB) e o atual vice-prefeito, Sergio Cechin (Progressistas)

*Marcelo Bisogno (PDT), que concorreu a prefeito, e seu vice, Fabiano Pereira (PSB), por exemplo, dificilmente estarão juntos em outro pleito municipal.

*A razão para isso é o descontentamento de Bisogno com Fabiano. O pedetista colocou o desempenho pífio no primeiro turno na conta do ex-petista.

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* Fabiano teria participado pouco da campanha. O socialista, evidentemente, nega desavenças de campanha.

*O fato é que será muito difícil, embora não impossível, os dois se unirem novamente, ao menos num futuro próximo.

*Já a briga Pozzobom x Cechin certamente deixou sequelas bem mais graves até porque houve embate público pesado entre os dois.

*Não se pode afirmar, porém, que PSDB e Progressistas repetirão o que houve entre PMDB (hoje MDB) e PT.

*Em 1992, PT e PMDB formaram chapa para disputar a prefeitura de Santa Maria. Derrotados, cada um colocou a culpa no outro e as duas siglas nunca mais se aliaram na cidade.

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* Sempre que passa uma eleição, são comuns as queixas de quem amargou derrota nas urnas.  Partidos fazem avaliações, lavam a roupa suja na campanha e quem antes era aliado a até poucos dias, já não o é mais.

*Nenhuma novidade, portanto, no campo da política. Inclusive, se um dia esses mesmos voltarem a ser aliados.

*O arquiteto Fernando Marques será o chefe de Gabinete do vereador Ricardo Blattes (PT).

*Marques passou por cargos importantes no Ibama nos governos Lula e Dilma, chegando, inclusive, à vice-presidência do órgão e a presidente interino.

*O pastor Jader Maretoli (Republicanos), que concorreu a prefeito de Santa Maria, cogita voltar ao governo estadual, onde foi secretário adjunto de Esporte e Lazer.

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