CÂMARA MAIS JOVEM E MAIS URBANA
A Câmara de Vereadores de Santa Maria se renovou nas eleições de novembro, mesmo que o conceito “renovação” possa ser contestado.
O que é indiscutível, no entanto, é que o Parlamento santa-mariense tem 10 parlamentares que nunca haviam sido vereadores.
Mas não é apenas isso. A nova legislatura é mais jovem e mais urbana que a atual e, evidentemente, que legislaturas anteriores.
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O meio rural, por exemplo, tem dois representantes na legislatura que se encerra: Luciano Guerra (PT) e Marion Mortari (PSD). Os dois concorreram a prefeito e vice e, portanto, estarão fora nos próximos quatros.
Assim, a zona rural passa a ser representada pela vereadora Anita Costa Beber, de Arroio Grande. Anita já foi vereadora em outras legislaturas e retorna eleita pelo Progressistas.
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JOVENS E COM MENOS DE 50 ANOS
Nada menos que nove vereadores, quase a metade da Casa, estão na faixa dos 29 aos 45 anos. São eles os progressistas Pablo Pacheco (29) e Roberta Leitão (42), os tucanos Givago Ribeiro (33) e Juliano Soares, Juba (43), os petistas Marina Callegaro (39) e Ricardo Blattes (39), os emedebistas Rudys (38) e Tubas Calil (44), e o republicano Alexandre Vargas (45).
Afora isso, outro parlamentar tem menos de 50 anos, no caso o vereador do PSL Tony Oliveira (49). Portanto, em termos de idade, a nova legislatura terá 10 parlamentares com menos de 50 anos contra cinco que se encontram nesta faixa na legislatura que está se findando.
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TAMBÉM MAIS POSICIONADA
Pelo perfil dos eleitos, a nova legislatura terá tudo para proporcionar grandes embates entre direita e esquerda.
Não que os novos vereadores sejam mais ideológicos que outros, mas a diferença é que eles farão questão de deixar isso muito às claras. A questão é de posicionamento, e isso, ao que tudo indica, não faltará.
O Progressistas, por exemplo, tem Roberta Leitão, bolsonarista de carteirinha, além de Pablo Pacheco, defensor do liberalismo.
Será essa dupla que travará o embate mais ideológico, mesmo que a bancada da direita tenha, ainda, Anita Costa Beber (Progressistas), Manoel Badke (DEM), Coronel Vargas (Progressistas) e Tony Oliveira (PSL).
O PT, por sua vez, tem os estreantes Ricardo Blattes e Marina Callegaro com o já experiente Valdir Oliveira. E, por fim, há Werner Rempel, do PCdoB, fechando a bancada da esquerda.
Esse quarteto será o responsável pelos maiores embates ideológicos pela esquerda representada no Legislativo.
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E TEM UM CENTRÃO
O Legislativo local também terá uma “bancada” mais ao Centro. É claro que os vereadores santa-marienses não podem ser comparados com o “centrão” da Câmara dos Deputados, que tem parlamentares suspeitos das mais diversas tramoias.
Mas, por outro lado, não dá para negar que haverá um “centrão” por aqui, no sentido de posicionamento político.
Uma primeira avaliação leva a deduzir que o “centrão” da Câmara de Santa Maria é aquele conjunto de parlamentares com atuação mais pragmática. Ou seja, salvo questões pontuais, não meterão o bico em embates meramente ideológicos.
Nesse grupo podem ser identificados, primeiramente, os tucanos Givago Ribeiro, Juliano Soares e Admar Pozzobom.
Somam-se à bancada do PSDB Luci Duartes, Tia da Moto (PDT), Danclar Rossato (PSB), Delegado Getúlio (Republicanos), e os emedebistas Adelar Vargas, Bolinha; Tubias Calil e Rudys.
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PARA UM LADO OU PARA O OUTRO
Dependendo da pauta, há um grupo de vereadores que tende a ir para um lado ou outro, transitando entre esquerda e direita.
São eles Alexandre Vargas (Republicanos), Coronel Vargas (Progressistas) e, possivelmente, Paulo Ricardo Pedroso (PSB), caso este último não fique no bloco de esquerda.
Os vereadores do centro ou “centrão” tendem a votar projetos de forma mais pragmática. E não se descarta que um e outro possa até ter relações amistosas com o governo Pozzobom.
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POSIÇÕES MAIS RADICALIZADAS
Para finalizar, as posições tenderão a ser mais nítidas e radicalizadas quando algumas pautas comportamentais estiverem em discussão, a exemplo do projeto da Diversidade na Escola, apresentado este ano pela vereadora Tia da Moto.
A proposta foi derrotada sob a alegação de que o dito projeto instituía a chamada “ideologia de gênero” nas escolas municipais. Isto é, a Câmara manteve o veto do prefeito ao projeto. Nesses casos, em matérias semelhantes a essa, a maioria do “centrão” irá com a direita.
Enfim, o debate de ideias é sempre salutar, principalmente quando as posições ideológicas são bem explícitas. E isso, ao que parece, não irá faltar na próxima legislatura.
TRANSVERSAIS
*A direção local da corrente petista Articulação de Esquerda marcou reunião virtual para a manhã deste domingo para avaliar as eleições municipais
*O objetivo foi dar início a um debate interno de avaliação das eleições majoritárias (prefeituras). Em outra data, o grupo irá discutir as eleições para vereador
*Em Santa Maria, o PT ficou na terceira colocação para a prefeitura e fez três vereadores, um a menos que a atual bancada, eleita em 2016
*Três vereadores estavam de atestado médico na quinta-feira (10) e, por isso, não participaram da sessão. São eles: Deili Silva (PSD), Drª Deili; Francisco Harrisson (MDB), Dr Francisco; e Jorge Trindade (PDT), Jorjão. Nenhum dos três conseguiu se reeleger
*A posse dos novos vereadores em Santa Maria será no dia 1º de janeiro, às 16h. Diferentemente de outros anos, por causa da pandemia, a cerimônia será transmitida pelo canal 18.2 (TV Câmara)
*Na mesma sessão, serão empossados o prefeito reeleito Jorge Pozzobom (PSDB) e seu vice, Rodrigo Decimo (PSL)
*Pelo menos 10 mulheres procuraram o Ônibus Lilás num intervalo de duas horas na última segunda-feira (7), quando o projeto itinerante do governo estadual de combate à violência contra a mulher passou por Santa Maria. Algumas delas foram orientadas a procurar a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM)
*Em Santa Maria, as mulheres vítimas de violência podem buscar ajuda com a Patrulha Maria da Penha, pelo 180, ou na DEAM, pelo telefone (55) 3222-9646. O município também conta com o programa UFSM Acolhe Mulheres, da Universidade Federal de Santa Maria, pelos telefones (55) 3220-8440 e (55) 99974-1090
*Dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP) dão conta que os assassinatos de mulheres por motivo de gênero caíram de 11 em 2019 para cinco neste ano. Ou seja, uma redução de 55%. Mesmo assim, há milhares de mulheres ameaçadas, muitas delas sofrendo em silencio. Não se cale. Denuncie!