Paralelo 29

MP denuncia seis pessoas por morte no Carrefour

Morte no Carrefour
Foto:Reprodução, redes sociais

O Ministério Público do Rio Grande do Sul denunciou nesta quinta-feira (17( seis pessoas envolvidas na morte de João Alberto Silveira Freitas, um homem negro, ocorrida nas dependências de um supermercado do grupo Carrefour em Porto Alegre no dia 19 de novembro.

O conteúdo da acusação foi detalhado em coletiva de imprensa realizada na sede institucional do MP gaúcho com participação do procurador-geral de Justiça, Fabiano Dallazen, do subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Marcelo Lemos Dornelles, e do promotor de Justiça que assina a peça, André Gonçalves Martínez.

Martínez atribui aos seis denunciados – Adriana Alves Dutra, Magno Braz Borges, Giovane Gaspar da Silva, Kleiton Silva Santos, Rafael Rezende e Paulo Francisco da Silva – o crime de homicídio triplamente qualificado com dolo eventual (motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima).


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Para MP, acusados assumiram o risco de matar

 Para o promotor, todos, em comunhão de vontades e unindo esforços, mediante diversos golpes e imobilização, assumiram o risco de produzir o resultado morte da vítima.

O promotor detalha que João Alberto foi até o Carrefour para fazer compras com sua esposa. A equipe de segurança integrada pelos denunciados já estava monitorando seus movimentos no interior da loja.

 Essa vigilância ocorreu por videomonitoramento e acompanhamento físico com proximidade da equipe de fiscais.

Em determinado momento, demonstrando desconforto com este foco exacerbado de atenção, a vítima chegou a aproximar-se de uma das fiscais que se postara próxima ao caixa onde o casal iria pagar pelas mercadorias que adquirira, a qual se afastou.


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Vítima foi covardemente agredida, diz promotor

João Alberto foi cercado por parte dos denunciados e dirigiu-se para a parte externa do supermercado, até que teve início o embate físico em que a vítima é “covardemente agredida”.

“Portanto, é forçoso concluir que este padrão de abuso e descaso para com a integridade física e moral da vítima só pode se explicar pelo sentimento de desconsideração, senão desprezo, que os denunciados demonstraram ter para com ela, certamente a partir de uma leitura preconceituosa relacionada à sua fragilidade socioeconômica e origem racial”, conclui o promotor.

O MP também emitiu parecer favorável à prisão preventiva de Kleiton Silva Santos, Rafael Rezende e Paulo Francisco da Silva e à conversão em preventiva da prisão temporária de Adriana Alves Dutra.

Por fim, o MP reconheceu que houve preconceito racial em relação a João Alberto, desde que ele entrou no estabelecimento.

As defesas dos denunciados negam que eles tenham assassinado João Alberto e afirmam que não houve racismo.

(Com informações do site do Ministério Público do RS)

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