Paralelo 29

Parceria entre prefeito e vice termina de forma melancólica

Colçuna Giro do Paralelo
Arte: Diego Borges

Confira os destaques da coluna Giro do Paralelo desta quinta-feira, 31 de dezembro: os desafios dos gestores a partir deste 1⁰ de janeiro, Pozzobom será mais cobrado no segundo governo e ex-aliados convidados a se retirar. Também são destaques a parceria entre prefeito e vice que acaba de forma melancólica e o pontapé inicial da reforma administrativa do governo Pozzobom.

Desafios dos novos gestores

Nesta sexta-feira (1º), os novos gestores ou reeleitos assumem os mandatos. E nunca na história do país, tomarão posse em meio a uma crise de saúde sem precedentes.

Num momento em que, infelizmente, a pandemia avança de forma desenfreada, estimulada pela irresponsabilidade de parte da população que promove festas, aglomerações e que não se preocupa com si e nem com os outros.

E muito menos com os profissionais de saúde, que estão sobrecarregados e exaustos diante de uma rotina frenética.

Além de enfrentar a pandemia do coronavírus, os prefeitos terão de atender as necessidades básicas da população e com poucos recursos, já que os municípios estão ainda mais empobrecidos pela crise econômica e pelas verbas abocanhadas pelas demandas na área da saúde ocasionadas pela pandemia.

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Menos paciência

O prefeito reeleito de Santa Maria, Jorge Pozzobom (PSDB), pediu à população mais um mandato para concluir o trabalho iniciado há quatro anos e levou.

Pozzobom venceu seu adversário, o vice-prefeito Sergio Cechin (Progressistas), por uma diferença de mais de 18 mil votos.

Mas isso não dizer que Pozzobom terá vida fácil. Ao contrário, em um segundo mandato, a população tende a não ter muita paciência com o prefeito para resolver os problemas que afetam sua vida, sua rotina.

O tucano, por exemplo, demorou demais para resolver a buraqueira da cidade. Por causa disso, sofreu um grande desgaste.

Algumas declarações fora de lugar para um chefe do Executivo também não caíram bem aos olhos dos santa-marienses.

Pozzobom, que usou um carro de som pela cidade para desejar feliz ano novo, nos últimos dias, e, ao mesmo tempo, pedir para as pessoas se cuidarem, tem repetido que amadureceu e aprendeu com os erros. Terá de mostrar isso na prática.

Embora tenha resolvido alguns problemas crônicos da cidade, há, ainda, muito a fazer. Então, terá de mostrar serviço.

E se dar conta que as grandes obras são aquelas que fazem diferença na vida da população. Nem sempre são grandiosas e vistosas.

Entre as promessas de campanha e que mexem na vida das comunidades, está a construção de creches e de unidades de saúde.

Pozzobom terá de tirá-las do papel, entre outros compromissos assumidos na hora de pedir mais um mandato.

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Secretarias novas

O prefeito Jorge Pozzobom não esperou a nova legislatura iniciar na Câmara de Vereadores para dar o pontapé inicial na reforma administrativa.

Enviou para o Legislativo no último mês de 2020 um projeto para criar duas novas secretarias.

Como havia anunciado na campanha, ele desmembrou a Cultura de Esporte e Lazer. Uma única pasta ficava com muitas atribuições para assuntos diversos.

Com a aprovação pela Câmara no dia 23 de dezembro, agora, o Executivo contará com as pastas de Cultura e de Esporte e Lazer.

Na Cultura, a produtora cultural Rose Carneiro continuará no comando. Já na de Esporte, o nome mais cotado é do vereador eleito, o ex-canoista Givago Ribeiro (PSDB).

Vereador eleito pelo PSDB, Givago Ribeiro é o nome mais cotado para assumir a recém criada Secretaria de Esporte e Lazer/Foto: Divulgação

Ele foi superintendente de Esporte e teve o trabalho muito bem avaliado, inclusive nas urnas. Givago era um superintendente que colocava a mão na massa, resolvia problemas.

Se precisasse, cortava a grama de espaços esportivos ou até fazia pequenos consertos, por exemplo.

Se ele assumir a nova secretaria, abre vaga para primeira suplente na Câmara, a Pastora Lorena Santos.

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No quadro e com orçamento próprio

A Secretaria de Habitação e Regularização Fundiária também foi criada no projeto enviado ao Legislativo em dezembro.

Entretanto, não se trata de uma nova pasta. A Secretaria de Habitação já havia sido criada via decreto e em caráter extraordinário.

Agora, a pasta foi criada por meio de lei e incorpora o quadro definitivo das secretarias. Também terá um orçamento próprio.

Absorverá algumas atribuições da pasta de Estruturação e Regulação Urbana, especialmente a regularização fundiária. O comando da secretaria deve continuar com Marcelo Portella.

As mudanças no desenho de secretarias e órgãos internos não irão parar por aí. Em fevereiro, novas alterações serão apresentadas pelo governo Pozzobom. Mês que devem ser conhecidos novos nomes da administração.

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Limpar as gavetas

Antes de indicar novos nomes para primeiro e segundo escalões da prefeitura do governo Pozzobom, a missão inicial é esvaziar espaços ainda ocupados por ex-aliados.

Embora o rompimento da coligação com o lançamento da candidatura própria de Sergio Cechin, em março, ainda havia uns remanescentes, indicações de vereadores progressistas.

Mesmo com a relação tumultuada, o governo manteve alguns nomes ligados a parlamentares da base até o final deste mandato.

Agora, todos serão convidados a se retirar.

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Parceria com final melancólico

Desde o início do mandato em 1º janeiro de 2017, o prefeito Jorge Pozzobom (PSDB) e seu vice, Sergio Cechin (Progressistas), demonstravam muita sintonia.

Cechin e Pozzobom
Vice-prefeito no primeiro mandato, Sergio Cechin e o prefeito reeleito Jorge Pozzobom terminam governo de quatro anos rompidos/Foto: João Alves, AIPSM

Por várias vezes, Pozzobom viajou para agendas ou férias, e Chechin tocou a prefeitura sem sobressaltos, o governo seguiu seu ritmo.

Prefeito e vice costumavam trocar elogios públicos, faziam a maioria das agendas juntos e, pelo menos publicamente, nunca se ouviu falar de rusgas entre ambos.

Mas bastou o racha e o lançamento da candidatura própria de Cechin para o clima amistoso e de harmonia mudar para um clima belicoso.

Prefeito e vice passaram para o segundo turno e protagonizaram uma das piores campanhas do segundo turno. Foi de baixo nível e com troca de acusações de ambos os lados.

Foi lamentável e não condiz com a trajetória tanto de Pozzobom quanto de Cechin. Como consequência, a parceria entre prefeito e vice chega ao fim nesta quinta-feira (31) de forma melancólica.


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Sem despedida nos microfones

Os vereadores não reeleitos e que concorreram a outros cargos não tiveram a oportunidade de se despedir na tribuna.

Depois do encerramento do primeiro turno, a cidade continuou em período eleitoral pela realização do segundo turno.

Como consequência, as manifestações continuaram vetadas. As discussões se limitavam aos projetos.

Diniz, que não se reelegeu para a Câmara, fez desabafo no Facebook e agradeceu eleitores/Foto: Arquivo, AICVSM

Depois do segundo turno, Santa Maria seguiu sob bandeira vermelha. Por esse motivo, as sessões eram rápidas e somente para análise e votação de projetos.

Então, o jeito foi os vereadores recorrem às redes sociais para uma despedida. Foi o que fez Daniel Diniz (PT).

Com dois mandatos e líder da bancada do PT, Diniz fez uma postagem em seu Facebook. Disse sair com o “dever cumprido” e agradeceu a eleitores, a assessores, à Câmara, a sua família e aos “verdadeiros amigos”.

O vereador fez 1.101 votos e não conseguiu o terceiro mandato. Logo depois da eleição, Diniz externou seu descontentamento pela falta de respaldo de lideranças petistas e ameaçou deixar o partido. Mas parece que o assunto esfriou com o passar do tempo.

Na postagem feita, Diniz recebeu muitos comentários de reconhecimento pelo trabalho e solidariedade de familiares, companheiros de partido, como foi o caso dos vereadores Luciano Guerra e Valdir Oliveira.

Também teve reconhecimento de adversários como do secretário de Desenvolvimento Econômico, Ewerton Falk (Democratas).

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Aos nossos leitores

O Paralelo 29 nasceu quase na virada de setembro para outubro, mais precisamente em 26 de setembro, data da nossa primeira edição online.

Com pouco mais de três meses de existência, conseguimos atingir nossos primeiros objetivos, que é o colocar à disposição dos santa-marienses uma nova marca na mídia local.

Como descatamos no editorial de estreia, o Paralelo 29 é um portal comprometido com a democracia e os direitos humanos. Portanto, com a vida, em todas as suas dimensões. São valores fundamentais para nós.

Com esse propósito, procuramos, no decorrer desse primeiro trimestre de existência, levar à comunidade de Santa Maria e região os principais fatos da política local, estadual e nacional.

Também procuramos dar destaque à principal problemática do nosso tempo, que é a pandemia do novo coronavírus. Somente em Santa Maria, a Covid-19 tirou a vida de 151 pessoas.

No Brasil, infelizmente, nos aproximamos das 200 mil mortes, um recorde extremamente negativo, triste e desolador.

Principalmente porque temos um governo federal irresponsável, comandado por um presidente obscurantista, que nega os fatos e debocha das vítimas e seus familiares. E, além disso, faz chacota da vacina, o que levou o Brasil a ficar no fim da fila pela imunização.

Mas não podemos nunca deixar que a esperança morra. Que 2021 venha com a vacina, única alternativa real capaz de conter a pandemia e fazer com que o mundo volte a ser um pouco parecido com o que era antes.

Nosso abraço virtual vai para todos os santa-marienses e se estende a todos aqueles que, em todas as partes do Planeta, lutam contra a pandemia e, igualmente, por um mundo melhor para todos.

Até 2021!

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