Os governadores do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB); de Santa Catarina, Carlos Moisés da Silva (PSL); e do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) anunciaram medidas em conjunto, como a possibilidade de um Estado receber pacientes de Covid de outro.
Segundo os três governadores, a região Sul do Brasil é o novo epicentro da crise sanitária provocada pela pandemia.
No encontro realizado nesta quarta-feira (17), os governadores anunciaram um pacto de ajuda mútua, inclusive na utilização de suas estruturas hospitalares e de integração dos sistemas reguladores de saúde, tanto de medicamentos, como insumos e equipamentos.
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Reiterada intenção de consórcio para compra de vacinas
Além disso, reforçaram a intenção de compra consorciada de vacinas para disponibilizar ao Plano Nacional de Imunizações.
O novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o ministro que está deixando o cargo, general Eduardo Pazuello, confirmaram que o Sul do Brasil está no epicentro da pandemia no país.
Isso ocorre devido ao aumento expressivo de casos de coronavírus, com a comprovação da circulação de novas variantes, em especial da P1, que tem pressionado o sistema hospitalar.
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Leite destaca influência da nova variante P1
Em coletiva de imprensa, o governador gaúcho destacou que as internações começaram a crescer a partir de 10 de fevereiro, com o agravamento de casos em função, principalmente, da circulação da variante P1.
Essa nova cepa do coronavírus, que surgiu no Brasil, acabou pressionando o sistema hospitalar dos três estados sulinos.
Leite destacou que o RS “já observa estabilidade da demanda, mas em um patamar muito alto”. Além disso, Leite disse que outros Estados estão “vivenciando” o mesmo cenário.
“Por isso, estamos nos articulando para colaboração entre nós (os três Estados) e nos prepararmos para dar colaboração possível ali na frente ao demais Estados em função da superdemanda que começa a chegar”, disse.
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Taxas altas de ocupação no RS
Conforme o governo gaúcho, no RS, mesmo com a ampliação da rede de leitos de UTI em 142% desde o início da pandemia, a taxa de ocupação geral de leitos de UTI SUS está em 99,8%.
Da mesma forma, há, igualmente, pressão sobre os leitos privados. Estes, porém, estão em situação pior: ultrapassaram a capacidade, com 134,5%.
Consequentemente, em decorrência dessa situação da rede privada, há pacientes internados fora de leitos da estrutura particular.
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Compartilhamento na regulação de leitos entre Estados
Os três Estados anunciaram o compartilhamento de informações de medidas adotadas em cada território e de regulação conjunta das estruturas hospitalares para pacientes na região Sul.
Com isso, Leite e seus colegas pretendem facilitar e organizar a transferência de pacientes, tanto clínicos como de UTI, quando for possível e mais próximo.
“Poder observar de forma padronizada os dados de outros Estados é também uma estratégia para que possamos antecipar e adotar ações nos nossos próprios territórios, de forma que a centralidade do conjunto de informação nos ajude na gestão. Ou seja, uma ação coordenada e estratégica para superar este momento”, ressaltou Leite.
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AÇÕES CONJUNTAS
- Criação de estoque regulador conjunto de insumos fundamentais no combate à Covid nos hospitais, entre eles o chamado kit incubação (medicamentos anestésicos, sedativos e bloqueadores musculares). Um Estado ajudará o outro quando falta algum produto
- Solicitação de prioridade no envio de vacinas contra a Covid-19
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- Consórcio para a compra de vacinas, mesmo que os Estados também estejam articulando a aquisição de forma individualizada
- Regulação de leitos de forma compartilha, permitindo que um estado possa transferir pacientes para outro quando houver necessidade
(Com informações do governo do RS)