GILSON PIBER
Jornalista
Com um ano de atraso e mais de 300 mil mortes, o governo federal mudou o discurso sobre a pandemia de covid-19.
A ordem, agora, é para formar a “Pátria de máscaras”, “evitar aglomerações”, “combater a pandemia” e “diminuir a circulação do vírus”.
Até o “Zé Gotinha” reapareceu. Só que isso deveria ter ocorrido lá no começo da grave crise sanitária que assola o país.
Portanto, a demora é enorme e a população brasileira segue morrendo em decorrência do novo coronavírus.
GILSON PIBER – Opinião: Música e escolhas
De acordo com o Painel Covid-19 do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), foram registrados 3.650 óbitos na sexta-feira (26), novo recorde em um único dia.
Ao menos, o anúncio da Butanvac, vacina que vai ser desenvolvida pelo Instituto Butantan, de São Paulo, em parceria e com licença de uso e exploração de parte da tecnologia, que foi implementada pela Icahn School of Medicine, do Hospital Mount Sinai, de Nova York (EUA), oferece uma luz no fim do túnel.
O mesmo pode ser dito sobre outra vacina, a Versamune, financiada pelo governo federal e com coordenação da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (SP), da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com o grupo Farmacore e a PDS Biotechnology Corporation.
GILSON PIBER – Opinião: Vacinação precisa avançar
Mas isso não estanca o aumento de casos e de mortes a curto prazo nesta tragédia. É só mais uma esperança.
Ter vacinas disponíveis e aplicá-las na população são duas ações fundamentais nesta verdadeira guerra contra a covid-19.
Algo que também atrasou pelo negacionismo instalado no Palácio do Planalto e pela falta de planejamento de quem deveria agir como gestor e não como propagandista do uso de medicamentos ineficazes para combater a covid-19.
GILSON PIBER – Opinião: O dicionário e a perversidade
Em meio a tantos equívocos praticados, principalmente na esfera federal, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciou que os dados mais recentes da evolução dos casos de covid-19 no Brasil apontam para o aumento das ocorrências da doença entre os mais jovens.
De acordo com pesquisadores da Fiocruz, números do começo do ano até o dia 13 de março indicam ampliação de casos nas faixas etárias de 30 a 39 anos (565%), de 40 a 49 anos (626%) e de 50 a 59 anos (525%).
Mais do que nunca, a situação requer de cada cidadão e cidadã consciência coletiva e amor à vida nesta pandemia.
GILSON PIBER – Opinião: A negligência mata
A prevenção sempre foi o melhor remédio, então, usar corretamente a máscara, evitar aglomerações e higienizar as mãos são ações prioritárias na luta pela sobrevivência humana para não ser infectado pelo vírus.
Não adianta ignorar ou amenizar isso neste cenário pandêmico. A covid-19 mata e exige atitudes responsáveis de todos e todas.
De discursos, ainda mais atrasados, a população está farta.