Paralelo 29

PUJOL: Despolarizados

JULIO PUJOL

Professor de História e consultor político

Vivemos um tempo difícil no Brasil. Como diria um velho escritor: “Uma era de extremos”. O diálogo tem sido difícil. As convergências têm sido difíceis.

Em períodos eleitorais apontamos o dedo para as alianças, para os acordos. Chamamos todo o ‘centro” de ‘Centrão’. E tudo de forma pejorativa, incriminatória. E falo do senso comum, não dos especializados.

Aí a situação é ainda mais grave. A intolerância é regra. Criminalizamos a política. Depois, todos pagamos o preço disso.

Vivemos um tempo difícil no Brasil. Somos um país com uma tradição democrática em que, de tempos em tempos, o povo dá as suas coordenadas. E não falo somente de eleições.

Lembro das grandes manifestações populares ocorridas durante praticamente toda a nossa jovem República. Foram vários episódios que me abstenho de citar.

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Nas eleições, de dois em dois anos, apontamos nossos dirigentes e representantes, em todos os níveis.

Recentemente elegemos nossos prefeitos e vereadores. Então, nossa sociedade está permeada de mecanismos fáticos ou institucionais que propiciam darmos as coordenadas do que queremos para o nosso país.  

E os políticos, os representantes, os eleitos, precisam compreender essas coordenadas. Mas, sempre pode haver um risco.

Eleições são fundamentais no processo democrático/Foto: José Mauro Batista, Paralelo 29

Pode aparecer um “engraçadinho” querendo experimentar se estamos atentos e valoramos mesmo nossa democracia.

Vivemos um tempo difícil no Brasil. Nossa democracia está sendo testada. E também atacada.

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Diariamente. E quando uma democracia é atacada ela reage. E reage com as armas que tem: os argumentos, os votos, as composições políticas e as ruas.

Fui convidado recentemente para participar de um movimento chamado Despolarizados. Um Movimento sim, político. Um Movimento que reconhece a política como imprescindível.

Um Movimento de pessoas independentes. Um Movimento da sociedade civil. Formado por profissionais liberais, empresários, professores, artistas, intelectuais (sempre os intelectuais), que perceberam a emergência do momento e soaram o alarme. Precisamos entrar em campo.

Não basta se dizer democrata, patriota, comprometido. É preciso agir quando a Pátria chama. Quando o que construímos com muito custo está em jogo (e está). Quando está em jogo o legado que deixaremos.

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Se será um legado de democracia, de diálogo, de tolerância, ou será um legado da truculência, da irracionalidade e da intolerância; mesmo da ignorância. Aquela ignorância orgulhosa, militante, justificada…

O Movimento Despolarizados não é um Movimento contra. É a favor. A favor de valores constituintes de nosso ser na existência em sociedade.

Símbolo da Justiça/Foto ilustrativa: Secom, TST, Divulgação

Valores como democracia, justiça, tolerância (sempre ela), diálogo, para que possamos construir um país melhor, mais agradável para se viver.

Enquanto base, temos tudo. E o mais valioso ainda é o nosso povo, nossa mistura, nossa inteligência, nossa cultura, nossa criatividade, nossa alegria… um tanto perdida nestes dias.

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Vivemos um tempo difícil no Brasil. Um tempo que está a exigir mais, e o máximo, de seus melhores cidadãos. Aqueles que já estão vendo através do “Ovo da Serpente” (nome de um filme que sugiro assistirem).

Sugiro, também, que procurem conhecer esse Movimento Despolarizados. Basta procurar nas redes sociais pelo nome mesmo “despolarizados”.

É hora de não esperar. Cada um pode criar um próprio movimento, se associar a outros, apoiar, participar…

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Importante é que se estabeleçam critérios básicos. Neste momento, penso que o critério democrático deva ser o condutor.

“Democracia”: reconheço a minha existência e a minha singularidade. Partindo daí devo reconhecer a existência do outro e a sua singularidade. Assim podemos iniciar o diálogo.

O país precisa. E precisamos responder. Ainda é tempo

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