Paralelo 29

Escolha do novo reitor da UFSM poderá ter quarto nome

Foto: Carlos Lemos, UFSM, Divulgação

A sucessão para a Reitoria da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) promete esquentar neste mês de julho, com a reunião dos conselhos superiores da instituição no próximo dia 28.

Além do atual vice-reitor Luciano Schuch e das professoras Martha Adaime e Cristina Nogueira, que participaram da pesquisa de opinião pública em 24 de junho, um quarto nome poderá surgir.

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Ex-diretor do CCSH no páreo

O novo nome é o do professor Rogério Koff, docente da UFSM há 29 anos. Koff tem no currículo dois mandatos como diretor do Centro de Ciências Sociais e Humanas (CCSH), de 2006 a 2013, e um como vice-diretor do mesmo centro (2005-2006).

Rogério Koff, ex-diretor do CCSH, pode concorrer/Foto: Reprodução, Facebook

A candidatura de Koff está alinhada à direita do espectro ideológico, enquanto que Schuch, Martha e Cristina são alinhados à esquerda na UFSM.

Conforme material que começou a circular nas redes sociais, Koff terá como vice-reitor Genesio Mario da Rosa, professor no Campus da UFSM em Frederico Westphalen.

O processo de inscrição de candidatos aos cargos de reitor e vice-reitor irá de 12 a 16 de julho.  Os candidatos homologados pela comissão eleitoral terão sete dias para fazer campanha, de 20 a 27.

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O PROCESSO ELEITORAL NA UFSM

  • 24 de junho – A UFSM realizou pesquisa de opinião, com votação nos únicos três nomes inscritos, sendo eles Luciano Schuch, Martha Adaime e Cristina Nogueira. O vice-reitor Luciano Schuch foi o mais votado, seguido de Cristina e Martha
  • 1º de julho – Deflagração do processo eleitoral e nomeação da comissão eleitoral
  • 12 a 16 de julho – Prazo para inscrição dos candidatos aos cargos de reitor e vice-reitor
  • 17 de julho – Divulgação da homologação das inscrições pela comissão eleitoral
  • 19 de julho (até as 23h59min) – Prazo para interposição de recursos
  • 20 a 27 de julho (até 23h59min) – Período de campanha eleitoral
  • 28 de julho – Realização da eleição para os cargos de reitor e vice-reitor em reunião ampliada dos conselhos superiores da UFSM. Votação dos nomes que comporão a lista tríplice
  • Escolhida a lista tríplice, os três nomes mais votados pela assembleia conjunta dos conselhos serão encaminhados para o Ministério da Educação
  • Caberá ao presidente Jair Bolsonaro escolher quais nomes da lista serão os futuros reitor e vice-reitor da UFSM

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COMO FUNCIONA A ELEIÇÃO NOS CONSELHOS

  • Essa inscrição é feita de forma separada para os cargos de Reitor e Vice-reitor. Ou seja, é possível se inscrever para um ou outro cargo e também para ambos
Reunião dos conselhos superiores da UFSM define lista tríplice que é encaminhada ao governo federal para escolha do presidente/Foto: Maria Tereza Tassinari, Divulgação
  • No momento da votação, os Conselheiros fazem suas escolhas de forma uninominal e secreta entre os inscritos e, ao final do processo, os três mais votados integram a lista tríplice para reitor, que é encaminhada ao governo federal para nomeação
  • O mesmo processo é realizado para a elaboração da lista tríplice para o cargo de vice-reitor, em eleição distinta. Neste caso, os candidatos areitor também poderão candidatar-se para compor a lista de vice-reitor. Esta, no entanto, fica à disposição do reitor nomeado para que este indique o vice-reitor da gestão 2022-2025. 

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  • Podem se candidatar docentes ocupantes dos cargos de professor titular, associado ou portadores do título de doutor.
  • O edital com as instruções para as inscrições dos interessados será lançado nos próximos dias.  Dúvidas podem ser encaminhadas pra o e-mail da Comissão Eleitoral: comissaolistatriplice2021@ufsm.br

“Ainda não sou candidato”, diz Koff

Procurado pelo Paralelo 29, Koff afirmou que “ainda não é candidato porque as inscrições nem foram abertas”. No entanto, ele não descarta concorrer, tendo como vice Genesio Mario da Rosa, de Frederico.

Koff diz que ainda não é candidato, mas não descarta concorrer/Foto: Reprodução, Facebook

“Estou pensando até porque tenho recebido muitas pressões (para participar do processo)”, disse Koff.

O processo de escolha do reitor e vice-reitor passa por uma série de etapas. Primeiramente, ocorre uma consulta popular, que neste ano, teve o nome de pesquisa de opinião. Antes, a consulta era chamada de eleição.

Nessa fase, professores, servidores técnico-administrativos e estudantes votam em chapas inscritas com reitor e vice.

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Chapa única e caso na Justiça

Na consulta deste ano, porém, houve apenas uma nominata inscrita, que tinha Luciano Schuch como candidato a reitor e duas professoras, no caso, Martha Adaime e Cristina Nogueira.

Martha, Schuch e Cristina inscreveram chapa única, mas decisão judicial determinou
que votação na UFSM fosse individual/Foto: Divulgação

No entanto, a consulta na UFSM foi parar na Justiça, por meio de ações judiciais que questionavam o processo.

Em uma de suas decisões, a Justiça Federal de Santa Maria determinou que os votos fossem individuais e não em uma chapa.

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Assim, Schuch, Martha e Cristina receberam votos separados, como candidatos concorrentes e não como representantes de uma chapa única, como se inscreveram junto à comissão eleitoral.

Pelas regras que normatizam a sucessão de reitores nas instituições de ensino federais, os nomes escolhidos pela comunidade universitária são submetidos aos conselhos superiores. Cabe a estes, em uma assembleia conjunta, definir uma lista com três nomes.

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Lista tríplice vai para o MEC

A lista tríplice é, então, encaminhada para o governo federal via Ministério da Educação, e quem tem a última palavra é o presidente da República. Ele pode escolher qualquer um da lista, inclusive o menos votado.

Contudo, desde que a consulta para reitor foi instituída nas universidades – com o nome de eleição -, os conselhos sempre escolheram a lista tríplice a partir dos nomes submetidos à votação da comunidade acadêmica.

Então, se ocorrer a inscrição de outra chapa à Reitoria da UFSM, a partir de agora, será a primeira vez que isso ocorre.

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Mudanças no governo Bolsonaro

A partir do governo Jair Bolsonaro, no entanto, houve mudança de critério na escolha de reitores.

O presidente começou a nomear reitores alinhados com ele, mesmo que não fossem os primeiros da lista, que são aqueles referendados pelas comunidades universitárias.

Antes, os presidentes da República seguiam a vontade da comunidade universitária, nomeando como reitor e vice os nomes escolhidos nas consultas e, depois, referendado pelos conselhos superiores.

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Nome agradaria Bolsonaro

Com essa mudança de paradigma no atual governo, grupos bolsonaristas nas instituições federais começaram a bancar candidaturas.

Koff seria um nome do agrado do bolsonarismo em Santa Maria, já que o professor não esconde posições de direita.

No entanto, Koff tem afirmado que é um defensor da UFSM, procurando, de certa forma, neutralizar um enquadramento político e idológico. Até mesmo para conquistar votos de centro e da direita não bolsonarista.

Para isso, conta com as duas gestões à frente do CCSH, época em que transferiu o centro da Antiga Reitoria para o Campus de Camobi. Essa transferência é a marca da gestão e o cartão de apresentação de Koff.

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Aposta como nome de oposição

Assim, Koff buscaria ampliar suas bases, conquistando votos de eleitores que não enquadram no bolsonarismo, mas que, por outro lado, são críticos da gestão do reitor Paulo Burmann e de seu vice, Luciano Schuch.

Grupos à direita buscam nome de oposição à gestão de Burmann (à dir. ao lado do seu vice, Luciano Schuch, que concorre a reitor/Foto: Sedufsm, Arquivo

Desta forma, mesmo que o bolsonarismo não tenha um candidato bolsonarista-raiz, agrada a esse segmento ter um nome vinculado à direita para fazer frente à esquerda, representada pela gestão de Burmann.

Com um nome alternativo aos de Schuch, Martha e Cristina, os bolsonaristas acreditam que Bolsonaro escolherá aquele alinhado à direita. E Koff poderia ser esse nome.

Mesmo ainda sem candidatura inscrita, Koff já vem sendo alvo de críticas nas redes sociais, inclusive com postagem que o chama de interventor.

Até o momento não há outras candidaturas novas, no entanto, alguns nomes surgem nos bastidores, entre eles o do ex-reitor Felipe Muller.

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