GILSON PIBER
Jornalista
A derrota para a Argentina por 1 a 0, na final da Copa América 2021, serve como aprendizado para fazer o Brasil chegar mais forte no Mundial de 2022, no Catar.
Alguns dirão que estou louco, mas vou tentar justificar por etapas.
Primeiro, é urgente que o técnico Tite arrume melhor parceria para Neymar na seleção brasileira.
O peso na criação de jogadas e nas finalizações não pode ficar unicamente nas costas, ou melhor, nos pés do jogador que atua no PSG.
PIBER: Incapacidade de ver e viver*
Neymar é a referência técnica do time comandado por Tite, mas ele precisa contar com a colaboração de outros jogadores. E falo em contribuição decisiva, não em mera companhia coadjuvante.
Nossos laterais são pouco eficientes. É verdade que não temos mais jogadores da extirpe de Cafu, Jorginho, Branco e Roberto Carlos, só para citar alguns.
No entanto, a busca por melhores alternativas é uma exigência. Não é à toa que o nome do experiente Daniel Alves sempre é citado para voltar à lateral.
Na zaga, creio que Éder Militão deve ser o companheiro de Marquinhos, apesar da experiência de Thiago Silva. De goleiros, com Ederson, Alisson e Weverton, avalio que estamos bem servidos.
PIBER: PNE precisa avançar
Considero que o maior problema da seleção brasileira está no meio-campo. Casemiro é um volante de qualidade, mas o setor necessita de mais jogadores que saibam marcar e armar o time de Tite.
Cito dois nomes que avalio merecerem mais oportunidades: Gerson, agora no Olympique de Marselha, e Claudinho, do RB Bragantino.
No ataque, Tite tem inúmeras opções. E até levou os melhores no momento para a Copa América. Acrescento que o atacante Pedro, do Flamengo, não pode estar ausente do grupo principal.
O futebol é um jogo coletivo, de estratégias e sistemas táticos diversos. E as peças, no caso os jogadores, são os protagonistas do processo.
Entretanto, Tite precisa ousar mais, variar mais e oportunizar aos melhores jogadores, não importa a idade nem se atuam no país ou no exterior, a chance de jogarem na seleção.
PIBER: A Covid e o inverno *
O título da Copa América 2021 não faz a Argentina ser melhor que o Brasil na atualidade, mas revela um jogo coletivo mais consistente na final.
Um vacilo defensivo foi fatal e os argentinos, depois de 28 anos, ganharam um título com a seleção principal. Foi o primeiro da era Lionel Messi no selecionado hermano.
Ele é o craque da equipe dirigida pelo xará Lionel Scaloni, mas não foi o protagonista da decisão.
Perder é do jogo. E as derrotas ensinam mais que as vitórias. Ligam um sinal de alerta. Mas o momento não é de terra arrasada para a seleção treinada por Tite.
Contudo, ajustes devem ser feitos com vistas à Copa do Mundo do Catar e a possibilidade de conquista do hexa. Ainda dá tempo.