Olá, leitores do site Paralelo 29! Estou de volta depois de um tempo afastada devido a um problema de saúde.
Vamos aos destaques da coluna Giro do Paralelo desta terça-feira, 13 de julho. A escolha do reitor da UFSM movimenta o meio acadêmico e causa apreensão nos bastidores.
Escolha do novo reitor da UFSM poderá ter quarto nome
Também são destaques a vitória do petista Valdir Oliveira contra a Covid e o vereador que levou um puxão de orelha de uma servidora.
A revelação do governador Eduardo Leite sobre sua vida pessoal também é outro destaque.
Boa leitura!
UFSM agitada e apreensiva com a escolha de reitor
Há bastante tempo, a escolha do novo reitor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) não era tão conturbada e agitada quanto à atual.
A disputa começou com a pesquisa de opinião realizada em junho, antes chamada de consulta ou eleição.
Uma única chapa foi inscrita, encabeçada pelo atual vice-reitor da UFSM, Luciano Schuch. Completaram a nominata as professoras Martha Adaime e Cristina Nogueira. Até então, a chapa era composta por apenas dois nomes.
Apesar de uma única chapa, nos bastidores, a pesquisa foi conturbada e foi parar na Justiça. Ações judiciais contestaram o processo.
Como consequência, a Justiça alterou o peso dos votos de professores e servidores, antes igualitário.
Também definiu que a votação seria individual em relação aos três nomes, embora integrantes da mesma chapa. Schuch recebeu o maior número de votos seguido de Cristina e Martha.
Schuch tem mais votos na consulta para ser reitor da UFSM
Finalizada a pesquisa, o processo eleitoral foi aberto para a definição da lista tríplice dentro dos conselhos da UFSM.
E, além dos três nomes, um quarto surgiu, agitando ainda mais a escolha do substituto de Paulo Burmann para os próximos quatro anos.
O professor Rogério Koff, que entra agora na disputa (não participou da pesquisa de opinião), situa-se à direita no espectro ideológico. Já os outros três nomes têm ligações com a esquerda.
No entanto, todos procuram se desvencilhar de rótulos. Koff, por exemplo, refuta acusações de querer ser um interventor, já que sua candidatura tem apoio de partidos de direita, sobretudo bolsonaristas.
Schuch, Martha e Cristina, por sua vez, discordam que haja uma polarização entre esquerda e direita na UFSM.
Apoiadores da atual gestão lembram que grupos mais à esquerda da UFSM inclusive boicotaram a consulta e afirmam que suas propostas consideram a UFSM como um todo. Quanto a Koff, sustentam que ele representa uma candidatura de extrema direita.
A definição da lista tríplice ocorre no dia 28 de julho. Depois, os nomes são enviados ao Ministério da Educação (MEC).
Embora o presidente da República não tenha obrigação de indicar o nome mais votado pela consulta, os chefes do país costumavam acatar a decisão da comunidade universitária.
Contudo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não tem seguido essa tradição. Ele não tem escolhido o mais votado, mas, sim, o nome mais alinhado com sua ideologia, a exemplo do que já ocorreu na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
O certo é que a disputa pela reitoria da UFSM tem provocado muita apreensão no meio acadêmico – e mesmo fora dele -, deixando muita gente com os nervos à flor da pele.
Em processo conturbado, UFSM definirá seu futuro reitor
A UFSM é muito maior que ideologias
A cegueira ideológica, tanto de direita quanto de esquerda, nos últimos tempos, tem feito mal ao país.
Em nome de ideologias ou de pensamentos autoritários, pessoas e instituições têm suas reputações enxovalhadas.
Recentemente, a própria UFSM foi alvo de ataques. Primeiro, foi o empresário Luciano Hang, dono da Havan, que criticou uma das instituições mais conceituadas do Estado e do país.
Há poucos dias, a universidade foi alvo de um ex-aluno. Formado Engenheiro Agrônomo em Santa Maria, o senador da República Luis Carlos Hienze (Progressistas) disse no Senado que “sentia vergonha” da UFSM. Depois, diante da repercussão negativa, ele tentou se explicar.
Voto dos professores terá mais peso na escolha do reitor da UFSM
Independentemente de algum problema, até porque as instituições não são perfeitas, a UFSM é muito maior e sua contribuição para Santa Maria e região é imensurável.
Portanto, a UFSM não pode sair arranhada do processo eleitoral, já que seu papel científico, econômico e social na comunidade é inquestionável.
E as pessoas ( no caso os reitores) vão passar, mas a intuição permanecerá sólida e forte contribuindo para a sociedade.
VÍDEO: Internado há 79 dias para se tratar da Covid, vereador agradece apoio
Uma Vitória da vida
O vereador Valdir Oliveira (PT) retornou à Câmara de Vereadores no início deste mês, depois de mais de 100 dias hospitalizado. Nesse período, ele enfrentou momentos muitos difíceis. Sem dúvida, foi uma vitória da vida.
Valdir teve a sorte que muitos não tiveram: venceu o coronavírus. Já outros mais de 530 mil brasileiros foram vencidos pela Covid.
Recepcionado por servidores e colegas parlamentares, Valdir resumiu um pouco do que foi o período de internação no hospital e o aprendizado.
“Quatro meses dentro do hospital, entre a vida e a morte, nos traz ensinamentos e a comprovação de que não estamos sós neste mundo, ” afirmou o vereador de segundo mandato.
COVID: Internado desde fevereiro, vereador divulga vídeo e fala de retorno
Fora das CPIs
Ainda com dificuldades e limitações devido à doença, o petista rejeitou participar de duas Comissões Parlamentares Inquéritos (CPI) em andamento no Legislativo.
As CPIs investigam possíveis omissões do Executivo no combate à pandemia e supostas denúncias envolvendo a administração do Shopping Popular.
Uma das vagas era ocupada pela vereadora Helen Cabral (PT), que substituiu Valdir Oliveira durante seu afastamento.
O desafio das CPIs na Câmara de SM, e o momento histórico na Casa
Mesmo não participando de CPIs, Valdir deve ser uma voz de equilíbrio dentro de uma oposição raivosa. Mesmo sendo um opositor do governo Jorge Pozzobom (PSDB), Valdir agiu com serenidade na maioria das vezes, principalmente quando foi líder do bloco.
Com revelação, governador Leite se antecipa a adversários
Repercutiu nos principais veículos de notícias do país, a revelação feita pelo governador Eduardo Leite (PSDB) ao programa Conversa com Bial, da Rede Globo. Durante a entrevista, ele revelou que é gay.
A vida privada de uma figura pública não é pauta. Entretanto, uma revelação sobre a orientação sexual faz eco pelo momento de extrema intolerância e de preconceito que o Brasil vive.
Governador em um Estado machista, Eduardo Leite foi corajoso ao assumir sua orientação sexual em rede nacional.
Nos bastidores, isso não era uma novidade. Na campanha eleitoral ao Piratini, em 2018, ele foi alvo de insinuações rasteiras por apoiadores do seu adversário, o então governador José Ivo Sartori (PMDB).
Além disso, Leite não escapou de piadas de mau gosto feitas pelo presidente Jair Bolsonaro.
Agora, com seu nome ganhando projeção nacional, já que disputará as prévias do PSDB para escolha do pré-candidato a presidente da República, o governador gaúcho se antecipou aos adversários.
Isso porque, especialmente, os conservadores aproveitariam-se de sua orientação sexual para atacá-lo, embora seja algo pessoal.
É claro que a revelação, neste momento, e a forma como Leite tratou o assunto demonstram que a estratégia foi bem-sucedida.
O governador gaúcho ganhou uma enorme exposição nacional, inclusive no principal jornal do país, o JN. E, em quase sua unanimidade, a atitude do tucano foi interpretada como corajosa, de respeito, de transparência e de integridade, como ele próprio justificou.
Sem dúvida, Leite colecionou mais pontos a favor do que contra, embora o retrocesso que presenciamos no Brasil.
Isso não quer dizer que o governador terá facilidade para seus planos políticos, porém, tratou de desarmar os adversários. O que tem de ser levado em conta em relação ao governador é o projeto para governar o país, suas propostas e sua conduta como gestor público até aqui.
Já em relação à orientação sexual de Eduardo Leite, isso só diz respeito a ele. Mas espera-se que a revelação de uma figura pública e com tamanha repercussão possa ajudar a reduzir tanta intolerância.
Câmara de Santa Maria rejeita denúncia contra vereador Paulo Ricardo
A cobrança ao vereador Tubias na hora da picada
Ferrenho opositor do governo Jorge Pozzobom (PSDB), o vereador Tubias Calil (PMDB) não escapou de cobranças de uma servidora, enquanto tomava a vacina contra a Covid.
Tubias é um crítico do Executivo quanto às decisões tomadas no combate à pandemia. E por tabela, atingiu os servidores, que têm se desdobrado para atender a população e são elogiados pelo trabalho realizado.
Vídeo mostra vereador discutindo com vacinadora em Santa Maria
O vídeo (abaixo) repercutiu muito nas redes sociais. Em resposta à funcionária, o vereador disse que não era contra servidor, mas, sim, contra a “politicagem.”
Nas redes do Paralelo 29, o assunto foi tema de discussão e manifestações, contrárias e favoráveis ao parlamentar.
“Quem diz o que quer, ouve o que não quer”, já diz o ditado!