Confira os destaques da coluna Giro do Paralelo desta terça-feira, 27 de julho. Em um clima tenso, ocorre, nesta quarta-feira (28), a eleição dos três nomes que farão parte da lista tríplice a reitor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
Nunca na história da UFSM, a disputa para reitor foi tão turbulenta quanto a deste ano. Contestações na Justiça e tentativas de impugnação de candidaturas são só alguns dos episódios dessa conturbada eleição.
Comissão eleitoral homologa quatro nomes para Reitoria da UFSM
A disputa mais conturbada pelo comando da UFSM
A eleição para elaboração da lista tríplice à Reitoria da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) ocorre nesta quarta-feira (28), nos conselhos superiores, sob alta tensão.
A UFSM está em polvorosa como nunca visto na história recente de uma eleição na instituição de ensino.
Disputam o cargo mais importante de comando da Universidade Federal: os professores, por ordem alfabética: Cristina Nogueira, Luciano Schuch, Martha Adaime e Rogério Koff.
Cristina, Luciano e Martha são ideologicamente ligados à esquerda e representam a situação. Ou seja, são vinculados à administração de Paulo Burmann. Já Koff é alinhado à direita e representa a oposição.
Candidato de oposição inscreve chapa para a Reitoria da UFSM
UFSM não escapou da polarização
Num Brasil que vive de forma voraz os extremos ideológicos, a UFSM não escapou dos reflexos desse cenário.
A campanha para a Reitoria, especialmente nas redes sociais, é pesada e com muitos ataques de ambas as candidaturas. Também ultrapassou as fronteiras do campus.
Políticos de esquerda e direita entraram na disputa. Isso já aconteceu em outras eleições, porém não de forma tão contundente e com ataques como nesta campanha.
Escolha do novo reitor da UFSM poderá ter quarto nome
Candidaturas são legítimas, mas…
Tanto as candidaturas quantos os apoios a A ou a B são legítimos. Faz parte da democracia. O que não é democrático são alguns argumentos rasteiros que enxovalham reputações de pessoas e de uma instituição como a UFSM.
Nessa batalha, lamentavelmente a UFSM , que é muito superior a esses ataques tão rasteiros, tem sua imagem arranhada. O crescimento da Universidade nas últimas décadas está diante dos olhos, bem como é latente sua contribuição fundamental para Santa Maria e região.
Schuch tem mais votos na consulta para ser reitor da UFSM
Pesquisa de opinião contestada
As faíscas de uma campanha conturbada foram lançadas com mais evidência com a pesquisa de opinião, até então chamada de consulta ou eleição. Uma única chapa se apresentou à comunidade universitária, representado a administração Burmann.
O atual vice-reitor, Luciano Schuch mais as professoras Cristina Nogueira e Martha Adaime compuseram a chapa. Porém, ao contrário de outras consultas, não foram especificados os cargos de cada um.
Também foram listados três nomes. Anteriormente, eram dois nomes e especificados os cargos de reitor e vice.
Representantes da oposição à atual direção da UFSM foram à Justiça Federal contestar o processo.
Em processo conturbado, UFSM definirá seu futuro reitor
Justiça interveio no processo
Como resultado, a Justiça determinou a votação em cada um dos três nomes e não na chapa. Também alterou o peso dos votos de professores e servidores, antes igualitário.
Já num clima de acirramento dos ânimos, foi feita a votação. Schuch foi o mais votado seguido das professoras Cristina e Martha.
Após essa pesquisa, abriu-se o processo eleitoral para elaboração da lista tríplice nos conselhos superiores.
As chapas se inscreveram e Koff tentou junto à Comissão Eleitoral impugnar as candidaturas de Schuch, Cristina e Martha sob o argumento de que o trio se inscreveu tanto para reitor quanto para vice, o que deveria ser especificado para cada cargo. Ele teve o pedido negado, entretanto, a tentativa jogou mais combustível na turbulenta eleição.
Voto dos professores terá mais peso na escolha do reitor da UFSM
Mais uma tentativa de impugnação
Nas vésperas da votação nos conselhos superiores, Koff tentou impugnar as outras três candidaturas via Justiça, mas também teve o pedido negado.
É nesse clima turbulento, que na manhã desta quarta-feira, os representantes do Conselho Universitário (Consu), Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) e Conselho dos Curadores, que somam 124 conselheiros, definirão em reunião ampliada, via webconferência, os três nomes da lista tríplice. Cada conselheiro vota para escolher o reitor e vice, individualmente.
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Um desfecho imprevisível
É imprevisível apontar os três nomes que estarão na lista a ser enviada para Ministério da Educação (MEC). Já, talvez, não será surpresa se o resultado for questionado na Justiça diante dos acontecimentos.
Se isso ocorrer, só depois do desfecho judicial é que a lista será enviado ao MEC. O novo reitor assume no começo de 2022.
Já no MEC, talvez não tenha grande surpresa sobre a indicação. Isso porque o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ao contrário dos últimos chefes do país, não é afeito a indicar o mais votado pela comunidade universitária.
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Bolsonaro tem a palavra final
Certamente, Bolsonaro indicará o nome mais alinhado com seu espectro ideológico. O presidente é reconhecidamente um conservador de direita.
Independentemente do escolhido para comandar uma das universidades mais importantes do país, fica a torcida que o novo reitor possa comandar a UFSM com serenidade. Sem ranços ideológicos, boicotes ou represálias. Do contrário, perderemos todos nós, Universidade, Santa Maria e região.