O arcebispo metropolitano de Santa Maria, dom Leomar Brustolin, reafirmou nesta quinta-feira (3) que a transferência da coordenadora do Projeto Esperança/Cooesperança, irmã Lourdes Dill, de Santa Maria para o Maranhão, não pode ser revertida. O religioso recebeu um grupo de seis pessoas representando instituições, movimentos sociais e o Comitê em Defesa da Economia Solidária, que foram interceder pela freira.
Dom Leomar estava acompanhado do padre Bertilo Morsch, homem de confiança do chefe local da Igreja Católica, que, em dezembro, passou a ser o pároco da Catedral Metropolitana de Santa Maria.
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Sem fotografia
Já o Comitê em Defesa da Economia Solidária estava representado por seis pessoas de diferentes segmentos, instituições e movimentos sociais de Santa Maria e região.
A reunião ocorreu à tarde, no prédio onde o arcebispo tem seu escritório, na Rua Silva Jardim, mas, por decisão de dom Leomar, o encontro não pôde ser fotografado. A conversa não foi acompanhada por veículos de comunicação.
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QUEM PARTICIPOU DA REUNIÃO
COMITÊ EM DEFESA DA ECONOMIA SOLIDÁRIA
- Tatiana Balem, professora do Instituto Federal Farroupilha (IFFar) em Júlio de Castilhos
- Rosiéle Ludtke, feirante e integrante de projetos de economia solidária
- Gisele Martins Guimarães, professora universitária e pró-reitora de Assuntos Estudantis da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
- Leonardo da Rocha Botega, professor do Colégio Politécnico da UFSM e diretor da Seção Sindical dos Docentes da UFSM (Sedufsm)
- Rogério Rosado, integrante do Comitê em Defesa da Economia Solidária e da União das União das Associações Comunitárias (UAC)
- Tereza Dalmaso, professora e ex-coordenadora regional de Educação (8ª CRE) no governo Olívio Dutra (PT)
ARQUIDIOCESE METROPOLITANA
- Dom Leomar Brustolin, arcebispo metropolitano de Santa Maria e chefe regional da Igreja Católica
- Padre Bertilo Morsh, pároco da Catedral Metropolitana de Santa Maria
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Dom Leomar reiterou apoio ao projeto
Conforme Rogério Rosado, que integra o Comitê e também representou o movimento comunitário por meio da União das Associações Comunitárias (UAC), a reunião durou em torno de duas horas.
Apesar de o grupo não ter conseguido reverter a transferência de irmã Lourdes, Rosado disse que o arcebispo garantiu seu apoio ao Projeto Esperança/Cooesperança e aos eventos como a Feira Internacional do Cooperativismo (Feicoop).
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Decepção ao final do encontro
“A irmã Lourdes vai embora. Não temos o que fazer, mas o arcebispo garantiu a manutenção do projeto”, disse Rosado ao Paralelo 29, sem esconder sua decepção com o encontro em que as lideranças esperavam ouvir do chefe da Igreja Católica local que a religiosa ficaria na cidade ou que ao menos ele tentaria reverter a transferência.
Pelo que o Paralelo 29 apurou, parte dos apoiadores de irmã Lourdes em Santa Maria ainda acreditavam que a conversa com dom Leomar pudesse resultar em alguma esperança de permanência da religiosa à frente do projeto.
No entanto, dom Leomar reiterou o que disse em dezembro, quando anunciou que irmã Lourdes seria transferida em 2 de abril próximo para o município de Barra do Corda, pertencente à Diocese de Grajaú, no estado do Maranhão. Ou seja, a decisão partiu da Congregação Filhas do Amor Divino, à qual irmã Lourdes pertence.
Até o momento, a religiosa, que tem 70 anos e passou 30 deles em Santa Maria, recebeu a solidariedade de lideranças gaúchas, nacionais e até de outros países.
O atual arcebispo matropolitano de Santa Maria assumiu oficialmente em 15 de agosto do ano passado, substituindo dom Hélio Adelar Rubert. Dom Leomar havia sido nomeado pelo papa Francisco no início de junho de 2021, quando fez a sua primeira manifestação como novo chefe da Igreja Católica em Santa Maria.