Paralelo 29

Dia da Mulher, pra quê?

Foto: Divulgação

MARINA CALLEGARO – Vereadora do PT

Durante o mês de março ouvimos, lemos e assistimos diversas declarações de amor as mulheres. Muitos discursos sintonizados com o que pensamos, no que diz respeito aos nossos direitos e o nosso lugar de fala.

Há ainda aqueles que preferem oferecer rosas e palavras carinhosas de afeto, carinho e atenção. Todas essas manifestações são salutares, mas elas realmente vêm ao encontro dos nossos anseios?

O Dia Internacional da Mulher nasce da luta histórica por igualdade de direitos. Movimentos que surgiram ainda no século XIX, deram os primeiros passos para que o mundo mudasse nesse sentido.

Entretanto, foi só nos anos 70 que esta data foi criada pelas Nações Unidas. Ao longo do tempo muitos movimentos feministas surgiram pra mudar a história do planeta. Afinal, temos a certeza de que a luta liberta as mentes para construir um mundo mais justo e mais igualitário. No entanto, muito ainda precisa ser garantido.

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Datas à parte, o mês de março serve para o fortalecimento da luta histórica e garantir que as mulheres tenham o devido espaço na sociedade. É uma tarefa que ainda está longe do fim, pois não basta garantir os direitos básicos de votar e ser votada e de liberdade de expressão, por exemplo.

Afinal, ainda vivemos num mundo em que prevalece o patriarcado e num país onde a maioria da sua população é composta por mulheres, mas a minoria em espaços representativos e de fala.

É por isso que, precisamos dar o exemplo em nossos lugares de fala. A Procuradoria Especial da Mulher, criada no Legislativo no ano passado, a partir de uma proposta do nosso mandato, tem também esse viés.

Além de debater, acolher e promover políticas públicas contra a violência e os feminicídios, também aprofunda as questões de gênero e políticas públicas para as mulheres.

Além de garantir o amplo espaço para o debate sobre a participação na política e de temas como a erradicação da pobreza menstrual. Uma ferramenta disponível para todas as mulheres de Santa Maria.

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Acreditar que é possível transformar a nossa sociedade em mundo mais igualitário e justo, também é sonhar com novas perspectivas através da visão feminina.

Precisamos seguir discutindo representação paritária nos espaços políticos, mais acesso à educação, salários equivalentes aos dos homens, liberdade de corpo, o fim de qualquer tipo de violência e o combate a preconceitos.

Tudo isso, sem esquecer de considerar que todo esse empoderamento deriva de um cenário extremamente machista e conservador, que ainda é sustentado com superioridade.

A data de 8 de março é mais que rosas e discursos empolgantes, esse é o momento de extenuar as nossas lutas, de manifestar o nosso orgulho e agregar forças. Pois essa é uma causa que extrapola a luta de gênero, é também uma luta de classes e de fortalecimento do coletivo.

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