Paralelo 29

CINEMA: No ritmo do coração

Foto: Divulgação

CUCA VICEDO – Publicitária e crítica de cinema

Quando estávamos passando a triste experiência da pandemia, muitas pessoas acreditaram, como forma de conforto, que o ser humano iria mudar, que essa poderia ser a chance de deixarmos de ser egoístas, medíocres, egocêntricos, estúpidos, maledicentes.

Infelizmente, isso não aconteceu, e por incrível que pareça…algumas pessoas conseguiram ficar piores, mais sarcásticas, agressivas e desumanas.

Até parece impossível, mas é verdade, a maior prova disso está ai: uma guerra por posse e domínio, exterminando crianças, inocentes e trazendo ainda mais dificuldade num pós-pandemia já traumático.

Nosso mundo real está cada vez mais irreal e ao invés de ajudarmos um ao outro, precisamos destruir com rancor, inveja, ira, interesses financeiros, raiva e agressão…as pessoas pioraram.

O Oscar da diversidade e o mau exemplo

Buscando um pouco de privacidade e coisas boas pra pensar, a fuga para o streaming foi a válvula de escape de muitos para fugir das amargas notícias de mortes e tragédias. E este foi o grande negócio do momento, no mundo capitalista, alguma coisa tem que dar certo para se ter lucros; Correto?

Vamos mudar a perspectiva e ver pelo lado bom da vida (parafraseando o filme): histórias mais ricas em sentimentalismo voltaram a ter uma maior audiência e a busca por um ser humano maior e mais rico em humanidade, também. Neste universo, CODA ou NO RITMO DO CORAÇÃO não chegou a ser uma surpresa ao ganhar o Oscar.

O filme tem tudo isso e, muito mais. Mostra a real dificuldade de uma família surda em viver e sobreviver neste mundo gigantesco de gente egoísta e sarcástica.

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Mas uma luz existe ali, como um exemplo para todos nós, uma pessoa é o elo de ligação positiva para uma vida melhor. Mesmo que essa seja a trama da história, essa pessoa já tem seus planos e quer seguir o rumo de seu talento. Coda é a última peça que fecha um concerto, é a peça fundamental e o grande desafio da história.

Superação já foi tema de diferentes roteiros e alguns caíram na vulgaridade do água com açúcar que prejudicou muito este tipo de produção. Mesmo que buscar a humanidade seja o objetivo principal, esse tipo de filme pode cair no comum.

Mesmo com tantos efeitos sendo o grande ator dos filmes atuais e, mais bem pago, quando surge uma história simples e direta assim vem como um alento de que cinema é isso, uma ótima história, bem contada, bem interpretada e que deixa uma mensagem importante no final. O roteiro também foi premiado.

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O elenco é realmente formado por atores mudos, entre eles Marlee Martin, que foi a primeira atriz surda a ganhar um Oscar pelo filme Os filmes do Silêncio em 1986 e, agora premia a excelente personificação de Troy Kotsur, porque aqui ele nos ensina a ver como é ser surdo neste mundo maluco de pessoas tão egoístas. Eles não ouvem o talento que a filha tem e que tantos ovacionam, mas eles sentem e isso é o que importa.

No Ritmo do Coração está no streaming Amazon Prime e vale a pena conferir. O filme é bem feito e para quem ainda tem aquela vontade de ver e sentir coisas boas, uma excelente opção, Fica a dica.

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