BELINDA PEREIRA – Psicóloga
Sigmund Freud, conhecido como o “pai da psicanálise”, colocou uma lupa sobre a noção de sexualidade, desconstruindo a ideia de que a mesma se encontra somente a serviço da procriação. Para espanto de muitos, afirmou que a sexualidade também se encontra a serviço do desejo e do prazer, sendo fundamental no desenvolvimento psíquico de todos nós.
Sobre a homossexualidade, entendeu que a sexualidade não possui um objeto sexual inato e, assim como um rio, ela também pode “fluoere” livremente.
Na época de Freud, assim como na nossa, infelizmente encontramos profissionais de várias áreas que compreendem a homossexualidade como uma prática pecaminosa, que contraria as leis da natureza e afronta a vida moral.
Velhice, o último evento da vida
Assim, a homossexualidade é considerada por muitos tal qual uma fruta podre que estraga as demais do cesto, o que ajuda a reforçar os valores errados que muitas pessoas carregam no mundo de hoje.
O pior é que seus efeitos tóxicos se espalham na vida de muita gente, seja de forma velada ou inconsciente. Basta dar uma olhada nas redes sociais e você verá.
Os diferentes sempre foram considerados um empecilho para a perpetuação de uma raça superior, que acredita ser a representante de uma sociedade ideal e merecedora do bom e do melhor; os campos de extermínio nazistas não deixam dúvidas.
É bem verdade que esta intolerância não está ligada somente aos homossexuais, mas também aos negros, aos que têm algum transtorno mental ou deficiência, aos velhos, aos miseráveis, às mulheres; enfim, a todos que fazem parte dos excluídos socialmente.
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A discriminação e todas as formas de violência deixam marcas profundas em suas almas. Vulneráveis e massacrados, muitos caem em depressão enquanto outros atentam contra sua própria vida como forma de se libertar do sofrimento que lhe é imposto.
Além disso, são mais propensos a receber tratamento de menor qualidade pelos lugares que circulam, pois a discriminação e o preconceito estão enraizados em diferentes esferas da sociedade.
Assim, muitos profissionais terminam por devotar pouca atenção às necessidades dessa população, fato que contribui para que fiquem cada vez mais distantes da conquista por igualdade de direitos em relação a outra parcela da população.
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O que lhes resta é o subemprego, a evasão escolar, a chacota a que são constantemente expostos, a violência física e a falta de oportunidades. Estes são alguns dos fatores responsáveis por gerar transtornos psicológicos nesta população.
Diante deste sombrio cenário que se apresenta, não fica difícil perceber o quanto precisamos avançar no combate da exclusão social dos desafortunados, humilhados e marginalizados. Devemos sim combater esta sociedade escravocrata, violenta, capitalista e patológica.
A vida está em constante movimento. Um dia você é a maioria e em outro você pode ser a minoria. Pense nisso.