Paralelo 29

Assassinato de petista no Paraná é investigado; preventiva é decretada

Jorge Guaranho/Foto: Reprodução

A Polícia Civil do Paraná investiga o assassinato do guarda municipal Marcelo Aloizio de Arruda, 50 anos, morto em Foz do Iguaçu no último sábado (9). Arruda era militante do PT no município, e o atirador, apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), o que dá ao crime um ingrediente de motivação política. Nesta segunda-feira (11), a Justiça decretou a prisão preventiva do assassino.

“Ele e o policial penal federal Jorge Jose da Rocha Guaranho se desentenderam durante a festa de aniversário de Arruda. Os dois acabaram baleados”, informou, por meio de nota, a Secretaria de Segurança Pública do estado.

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Câmeras mostram atirador invadindo festa

No entanto, as câmeras de videomonitoramento mostram que Guaranho invadiu a festa de aniversário do petista e atirou no aniversariante. De acordo com o comunicado, Guaranho segue internado em estado grave, pois a vítima chegou a reagir e atirar no agente penitenciário.

“Imagens estão sendo analisadas e testemunhas sendo ouvidas. A Polícia Científica está atuando no procedimento pericial que auxiliará para que os fatos sejam esclarecidos e o Inquérito Policial relatado e encaminhado à justiça”, concluiu a secretaria. A Justiça determinou hoje (11) a prisão preventiva do policial penal.

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Vítima concorreu a vice-prefeito

Marcelo Aloizio de Arruda era tesoureiro do PT e foi candidato a vice-prefeito de Foz do Iguaçu nas últimas eleições. Ele comemorava o aniversário de 50 anos com familiares e amigos em um clube da cidade, que foi invadido pelo assassino. O invasor, que não era convidado, não gostou da festa ter bandeiras do PT e fotos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato à presidência da República e líder das pesquisas de opinião.

Em coletiva no domingo (10), a delegada da Polícia Civil do Paraná Iane Cardoso informou que a corporação foi acionada por volta das 23h, quando as duas vítimas já haviam sido atendidas e levadas ao hospital.

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Bolsonaro diz nada tem a ver com o episódio

Em seu perfil no Twitter, no domingo, o presidente Jair Bolsonaro escreveu: “Independentemente das apurações, republico essa mensagem de 2018: ‘Dispensamos qualquer tipo de apoio de quem pratica violência contra opositores. A esse tipo de gente, peço que, por coerência, mude de lado e apoie a esquerda, que acumula um histórico inegável de episódios violentos'”. Nesta segunda, Bolsonaro enfatizou que não apoia “ninguém que, pela violência, faz política”.

“O que eu tenho a ver com esse episódio de Foz Iguaçu? Nada. Somos contra qualquer ato de violência. Eu já sofri disso na pele. A gente espera que não aconteça, obviamente. Agora, o histórico de violência não é do meu lado. É do lado de lá”, disse, no Palácio do Planalto, a jornalistas.

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Ministro da Justiça se solidariza com famílias

Também por meio das redes sociais, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, disse estar em contato com a Secretaria de Segurança Pública do Paraná e com o governo do estado.

“Meus sentimentos às famílias que tanto perderam com o triste episódio das agressões em Foz do Iguaçu. A vida é nosso bem maior, e ela deve ser respeitada, assim como nossas opiniões”, declarou.

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Prefeito de Foz lamenta morte de Arruda

Em nota, o prefeito de Foz do Iguaçu, Chico Brasileiro (PSD), lamentou a morte do guarda municipal. No domingo, a Prefeitura divulgou nota de pesar pela morte do guarda municipal em seu site.

“Minha solidariedade à família de Marcelo e também à família do outro envolvido nesta tragédia. O processo democrático precisa ser defendido por toda a sociedade, mas em um ambiente harmônico, com respeito às individualidades e,  principalmente, pautado em ideais”.

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Prisão preventiva é decretada

A conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva atendeu a pedido do Núcleo de Foz do Iguaçu do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná, que acompanha as investigações. Já o PT quer a federalização das investigações. Ou seja, que a apuração seja feita em nível federal.

(Com informações da Agência Brasil)

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