Paralelo 29

Assembleia Legislativa rejeita repasse para obras em estradas federais

Foto: Celso Bender, ALRS

Com voto decisivo do deputado estadual de Santa Maria Valdeci Oliveira (PT), presidente da Assembleia Legislativa, o Parlamento gaúcho rejeitou, nesta terça-feira, o projeto de lei que autorizava repasses de recursos estaduais para obras em estradas federias no Rio Grande do Sul. O montante previsto era de até R$ 495,1 milhões.

Como houve empate entre 25 votos favoráveis e 25 contrários, coube ao presidente da Casa decidir o futuro da matéria. E Valdeci votou contra, desempatando a votação e encerrando um impasse que trancava a pauta de votações.

O Regimento Interno da Assembleia Legislativa estabelece que, em caso de empate em uma votação, cabe ao presidente do Parlamento desempatar, dando o chamado “voto de Minerva”. Assim, a proposta do governo estadual foi rejeitada por 26 a 25.

Derrubada de vetos a leis culturais garante R$ 352,1 milhões para o RS

Valdeci e Riesgo votaram contra

Em suas redes sociais, Valdeci publicou: “Com voto de desempate do presidente Valdeci Oliveira, doação de R$ 495 milhões para o governo federal é rejeitada”.

A bancada do PT criticou a proposta, sobretudo, por “tirar dinheiro da saúde, da educação e da segurança pública” para repassar para um projeto “eleitoreiro”.

O deputado estadual Giuseppe Riesgo (Novo), que também é de Santa Maria, teve a mesma posição e votou contra. Em uma postagem em suas redes sociais, Riesgo elenca cinco motivos pelos quais ele votou contra a matéria. Um deles é o fato de não haver contrapartida de parte do governo federal.

“Apenas mandamos o dinheiro sem mais nem menos? O estado já tem problemas nas rodovias estaduais. Enquanto o governo do estado quer dar dinheiro para a União, existem várias rodovias que estão complemente largadas e sucateadas. Já pensou ter apenas uma via para atravessar uma ponte sem sinalização? Temos estradas assim”, diz.

Riesgo também classifica a proposta como “eleitoreira”, afirmando ser “muito conveniente querer resolver esse tipo de problema no ano eleitoral, especialmente próximo às eleições”.

Governador prestigia posse do prefeito de Restinga Sêca na Famurs

Projeto autorizava aditamento de contratos

O projeto de lei do governo estadual começou a ser apreciado ainda pela manhã. O texto autorizava o governo a firmar, por meio do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), aditamento aos contratos mantidos com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), com o objetivo de executar obras e serviços de pavimentação, duplicação e intersecções em trechos de rodovias federais.

Afora isso, o projeto previa, igualmente, execução de obras de terraplenagem, sinalização, drenagem, obras de artes especiais, construção de trevos, entre outros serviços.

Servidores gaúchos receberão valores da revisão salarial de 6%

Pauta trancada

Esse projeto foi o último dos quatro que trancavam a pauta desta terça. Dos dois substitutivos apresentados à matéria pelo deputado Pepe Vargas (PT) e das duas emendas, uma de Pepe e outros sete parlamentares e outra do líder do governo, Mateus Wesp (PSDB), nenhum foi deliberado em função da aprovação de requerimento do deputado Frederico Antunes (PP) para dar preferência à votação do texto do projeto.

Antes, Pepe já havia solicitado a retirada da emenda de sua autoria e de um dos substitutivos. Com a aprovação do requerimento, o substitutivo que restou e a emenda do líder do governo ficaram prejudicadas.  

Votação do projeto das estradas destrancou pauta da Assembleia Legislativa/Foto: Celso Bender, ALRS, Divulgação

Teto de gastos coloca deputados de Santa Maria em posições contrárias

Até mesmo aliado do governo federal criticou proposta

Até mesmo alguns aliados do governo Jair Bolsonaro (PL) criticaram a proposta, entre eles o deputado Rodrigo Lorenzoni (PL), filho do deputado federal e ex-ministro Onix Lorenzoni (PL).

“É razoável tirar R$ 500 milhões e entregar de mão beijada para o governo federal?”, questionou Lorenzoni. Ele criticou, também, a “incoerência da base aliada” ao governo que, para aprovar a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal, defendia o discurso de austeridade e do bom uso dos recursos públicos do estado.

Em defesa do governo, o deputado Mateus Wesp (PSDB), alegou a importância do projeto para o Rio Grande do Sul. Líder do governo na Casa, Wesp argumentou que as BRs 116 e 290 (incluídas na proposta) “são as principais estradas pelas quais passam os gaúchos que pede melhorias.

(Com informações da Assembleia Legislativa)

Compartilhe esta postagem

Facebook
WhatsApp
Telegram
Twitter
LinkedIn