Paralelo 29

Elemento de Alta Periculosidade

Foto: Valter Campanato, Agência Brasil

ATHOS RONALDO MIRALHA DA CUNHA – ESCRITOR

Toda vez que este Elemento de Alta Periculosidade entra em cena, eu lembro de outras façanhas da criatura. Recordo muito bem que no auge do mensalão este Elemento de Alta Periculosidade introduziu no Brasil a expressão, formulada por um ministro inglês, para quando for pego com a boca na botija: ‘Never complain, never explain, never apologise.’


Assim o Elemento de Alta Periculosidade deu a dica para os demais delinquentes desta Pátria Mãe Gentil. Tradução para o português da frase do ministro inglês: ‘Nunca reclame, nunca explique, nunca peça desculpas.’ E concluímos que a corja e seguidores aprendeu com certa facilidade.

Mas nos tempos do mensalão este Elemento de Alta Periculosidade deixou algumas questões pendentes, para nós atentos observadores da história e consumidores contumaz de Ginkgo Biloba.
Três questões, apenas, protagonizadas pelo elemento:
O que são os instintos mais primitivos?
O que é uma conversa não-republicana?
Como era o nome do armário que caiu em sua casa deixando seu olho roxo?

Sobre a liberação dos instintos mais primitivos – Um dia de fúria – a resposta veio no domingo em que o Elemento de Alta Periculosidade não queria se render diante de uma ordem de prisão e recebeu a polícia federal com cinquenta tiros, três granadas, ferindo dois policiais e causando danos ao patrimônio público. Havia em seu domicílio um arsenal armamentista de causar inveja ao Volodymyr Zelensky.


Alvoroço na grande mídia!
[Há uma dica de filme ali em cima] taokei?
Este jogo durou oito horas em que o Elemento de Alta Periculosidade foi tratado como um embaixador do Vaticano. Tendo como testemunha um padre de festa junina. Com risadinhas de todas as cores.

A melhor cena para esta tragicomédia seria tipo: aos costumes, como diria um certo personagem do Jô Soares. E colocando os dois, o Elemento de Alta Periculosidade e o padre de festa junina, no camburão rumo ao xilindró. Sem bomba de gás no camburão, certo. Isso é desumano.


Gostaria de ler a súmula deste jogo, porque ele não terminou. Terá prorrogação e pênaltis e peleias no final. Porque, afinal de contas, temos que fazer jus a expressão republiqueta das bananas.


A propósito, tem uma questão pendente, lá do mensalão: Como era o nome do armário que caiu em sua casa deixando seu olho roxo?

E com licença que vou ali tomar um comprimido de Ginkgo Biloba.

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