O prefeito de Itaara, Silvio Weber (PSB), foi alvo de uma operação do Ministério Público do Rio Grande do Sul na manhã desta quinta-feira (17). Weber foi afastado do cargo por seis meses e não poderá entrar nas dependências da Prefeitura nem manter contato com outras pessoas investigadas por supostas irregularidades envolvendo dinheiro público. Também foram afastados a secretária de Educação e o diretor de Serviços Públicos.
No total, foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão na sede da Prefeitura, na Câmara de Vereadores de Itaara, nas residências dos investigados e na sede da empresa de um dos envolvidos. Os mandados foram cumpridos em Santa Maria e Tupanciretã. Os mandados foram expedidos pela Quarta Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul.
A operação, denominada “Santidade”, é uma referência ao apelido do prefeito de Itaara, que é conhecido como “Padre” pelo sacerdócio por ele desempenhado na igreja da comunidade. Padre Silvio foi responsável pelo setor de Comunicação da então Diocese de Santa Maria durante anos.
Segundo o MPRS, “a investigação revelou um esquema criminoso capitaneado pelo prefeito, de direcionamento de certames públicos, com objetos superfaturados”.
Em um deles, o prejuízo aproximado alcançou o montante de R$ 471,1 mil. “Há suspeitas, ainda, do pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos, com consequente desvio de rendas públicas. Ainda pesa contra o prefeito, como autor intelectual, e mais dois investigados a imputação de crime de roubo na residência do presidente do Legislativo”, diz o material divulgado pelo MPRS.
Conforme o MPRS, o pedido cautelar de afastamento do prefeito foi necessário “para evitar a consumação de novos delitos que estavam na iminência de ocorrer, bem como para garantir o prosseguimento das investigações sem interferência direta da prova”.
Da mesma forma, foi decretada, cautelarmente, a proibição de exercício direto ou indireto de qualquer espécie de atividade de natureza econômica e financeira junto às administrações públicas do município de Itaara, pessoalmente ou por intermédio de outras pessoas físicas ou jurídicas, bem como a suspensão de eventuais contratos firmados que estejam em andamento pela pessoa jurídica envolvida nas contratações.
As investigações foram conduzidas pelo promotor de Justiça Antonio Képes, com a coordenação do procurador de Justiça Ricardo Felix Herbstrith, coordenador da Procuradoria da Função Penal Originária. Também participaram da operação os promotores de Justiça Heitor Stolf Júnior, Karina Bussmann e Marcelo Dossena Lopes dos Santos. A Brigada Militar, por meio da Força Tática do Regimento de Santa Maria, apoiou os trabalhos. A investigação teve início na Promotoria de Justiça de Santa Maria.
(Com informações do MPRS)