Paralelo 29

Não somos apenas o país do futebol!

Foto: José Mauro Batista, Paralelo 29

ROBSON ZINN – ADVOGADO

Percebemos que as mazelas sociais e as dificuldades diárias do nosso país passam para o segundo plano com os 28 dias de Copa do Mundo, no Qatar. Somos todos merecedores de um descanso a respeito dos remanescentes desgastes do processo eleitoral, em especial, o pleito nacional.

Nesta Copa, chama a atenção nossas diferenças culturais com os países do Oriente Médio, principalmente no que se refere a direitos e garantias da população e a liberdade das mulheres.

Por certo, as questões culturais devem ser respeitadas, mas não estão inclusas ações de discriminação e preconceito, pois a legislação dos países islâmicos é completamente diversa de nossa cultura.

Para fins de curiosidade, é necessário compreendermos alguns pontos da Constituição do Estado do Catar:

1 – A religião oficial é o islã e se aplicam as normas da sharia como principal fonte normativa infraconstitucional;
2 – O sistema político é o democrático e a vontade do povo será respeitada, garantindo-se o direito de voto para o Poder Legislativo;
3 – O sistema de governo é monárquico e hereditário, seguindo a descendência masculina e necessariamente filho de mãe catariana. O chefe de governo é denominado Emir;
4 – O povo do Catar (povo catariano) faz parte da nação Árabe;
5 – A família é a base da sociedade, fundada na religiosidade, na ética e no patriotismo;
6 – Os recursos naturais pertencem ao Estado.

É dever do Estado do Qatar fornecer educação e cuidado aos jovens, a fim de guiar e desenvolver suas capacidades individuais. A educação é tida como o pilar do progresso social; o Estado fornecerá saúde pública; a propriedade privada é inviolável.

Mas, no Brasil, não vivemos o dia a dia do futebol, mas, sim, do planejamento das obrigações com o ano vindouro, pois já começamos 2023. É visível que a política está em ritmo acelerado, pois as equipes de transição já estão com seus stafs montados e as próprias declarações do presidente eleito Lula influenciam a nossa já instável economia nacional.

No que pesa sermos “o país do futebol” e nossa vontade de conquistarmos o “hexa” na Copa do Mundo, em nada alteram nossas necessidades de investimentos de reconstrução nacional, em especial para fortalecer a geração de emprego e renda e em frear a inflação que assola diversos países, inclusive o Brasil.

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