Paralelo 29

Empresário é preso por atentado a bomba, e futuro ministro manda recado a manifestantes

Arsenal apreendido/Foto: Reprodução Twitter de Flávio Dino

Um empresário bolsonarista foi preso na noite deste sábado (24), véspera de Natal, com um arsenal de armas e bombas na capital federal ,e confessou ter colocado artefato explosivo em um caminhão-tanque no aeroporto de Brasília. O nome dele é George Washington de Oliveira Souza.

Neste domingo (25), o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) converteu a prisão em flagrante do empresário em prisão preventiva por tempo indeterminado.

Em coletiva à imprensa, o delegado-geral da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), Robson Cândido, informou que o preso é um empresário do Pará, de 54 anos, que faz parte do grupo acampado em frente ao Quartel General do Exército e confessou que pretendia cometer um atentado na capital federal para chamar atenção do movimento de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) que quer impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência da República.

“Ele confessou que realmente tinha a intenção de fazer um crime no aeroporto, que seria destruir um porte ou algo do tipo para causar o caos e o objetivo dele era justamente chamar atenção para o movimento que eles estão empenhados”, disse Cândido.

Tentativa de explodir caminhão-tanque

O homem foi preso após tentativa de explodir um caminhão-tanque, que estava próximo ao aeroporto de Brasília. A prisão ocorreu após denúncia à polícia da presença de um artefato explosivo, que logo em seguida foi detonado. O caso aconteceu na tarde deste sábado, véspera de Natal.

“Ele é morador do Pará e veio justamente para participar de manifestações no QG (Quartel General do Exército). Ele faz parte desse movimento de apoio ao atual presidente (Jair Bolsonaro) e estão imbuídos nessa missão, segundo ele, ideológica, mas que saiu do controle e as autoridades policiais, principalmente aqui em Brasília, iremos tomar todas as providências”, acrescentou.

O delegado-geral afirmou ainda que atentados com bombas nunca foram registrados em Brasília. A PCDF encontrou armas, munições e outras emulsões explosivas com o empresário bolsonarista em um apartamento no bairro do Sudoeste. Apesar de ter registro como Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC), o material e o armamento encontrados estavam irregulares.

George Washington teve prisão em flagrante decretada para prisão preventiva/Foto: Divulgação, PCDF

Fuzil AR 10, espingardas e munições

Entre o arsenal apreendido no apartamento alugado pelo empresário, estão um fuzil AR10, duas espingardas calibre 12, 30 cartelas de munição 357 Magnum, 39 cartelas de munição 9 mm contendo 10 munições intactas e duas caixas contendo 50 munições de 9 mm.

“Nós não iremos permitir que nenhum tipo de manifestação possa causar mal às pessoas ou ao patrimônio público”, assegurou.

“Ele é CAC, porém está tudo fora das normas e será autuado por posse, porte de arma ilegal de fogo, munições e artefatos explosivos e crime contra o Estado Democrático de Direito”, completou o delegado.

Flávio Dino: “Não haverá anistia para terroristas”

Por meio do Twitter, o futuro ministro da Justiça do governo eleito, Flávio Dino, classificou de “terrorismo” a tentativa de explodir um caminhão-tanque no aeroporto de Brasília investigada pela polícia de Brasília.

“Os graves acontecimentos de ontem em Brasília comprovam que os tais acampamentos ‘patriotas’ viraram incubadoras de terroristas. Medidas estão sendo tomadas e serão ampliadas, com a velocidade possível”, afirmou Dino.

“O armamentismo gera outras degenerações. Superá-lo é uma prioridade”, continuou Flávio Dino, agradecendo a rapidez da Polícia Federal do DF.

“Reitero o reconhecimento à Polícia Civil do DF, que agiu com eficiência. Mas, ao mesmo tempo, lembro que há autoridades federais constituídas que também devem agir, à vista de crimes políticos. Não há pacto político possível e nem haverá anistia para terroristas, seus apoiadores e financiadores”, afirmou o futuro ministro da Justiça.

Em uma nova postagem, o futuro ministro postou que pretende propor que o Procurador Geral da República e o Conselho Nacional do Ministério Público constituam grupos especiais para combate ao terrorismo e ao armamentismo irresponsável: “O Estado de Direito não é compatível com essas milícias políticas.” (Com informações da Agência Brasil)

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