Paralelo 29

Perícia em imagens identifica agressões com faca em adolescente assassinado em Rosário do Sul

Beux, perito do IGP/Foto: Ascom, IGP

A Seção de Perícias em Áudio e Imagens (SEPAI) do Instituto Geral de Perícias (IGP) conseguiu identificar que um dos suspeitos do assassinato de um adolescente de 16 anos, morto a facadas durante uma briga generalizada em Rosário do Sul, aparece portando um objeto semelhante a uma faca e fazendo movimentos de golpes contra a vítima.

Foram analisados dois vídeos, onde aparecem três suspeitos no momento da confusão, na madrugada do dia 30 de outubro do ano passado.

Nas imagens, em baixa qualidade, os movimentos da vítima e dos outros três envolvidos aparecem confusos, sendo difícil distinguir quem desferiu o golpe e qual objeto portava. A solicitação foi feita pelo Ministério Público do município, com o objetivo de identificar a arma usada no crime e o autor.

Os arquivos – uma gravação de celular enviada pelo Whatsapp e uma de câmera de segurança – passaram por melhorias em software específico antes da análise. Esse melhoramento é feito com ajustes em parâmetros como contraste e iluminação das imagens, em um processo manual, de tentativa e erro.

Depois, as imagens são analisadas pelo perito criminal, que vê diversas vezes cada frame – imagens estáticas que, em sequência, formam o vídeo – com atenção aos detalhes.

“Se o vestígio está na imagem, a gente consegue recuperar”, diz  o relator do exame, perito criminal Luciano Beux. Apesar do uso do software para melhorar, reproduzir e dar zoom em determinados elementos, a análise das imagens depende do olhar dos peritos. “Não tem nada automático. O trabalho é intelectual e braçal”, completa Beux. 

Nem todo caso é como esse: imagens com qualidade muito baixa, mesmo após todos os melhoramentos disponíveis, podem não conter dados suficientes para permitirem a identificação de uma pessoa, ação ou objeto. “Em CSI (seriado de televisão americana que mostra o trabalho da perícia) eles conseguem ver o reflexo de alguém num parafuso ou num óculos, isso é coisa para televisão”, conta Luciano. “Se a informação não está ali, não tem como recuperar”, complementa. 

A perícia levou em torno de duas semanas. O laudo, com 16 páginas, foi encaminhado ao Ministério Público. (Com informações da Ascom IGP)

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