Estado detalhou a queda dos crimes violentos, na comparação com igual período antes da criação do programa. Em Santa Maria, houve aumento de assassinatos
Desde que foi implementado, há quatro anos, o programa RS Seguro salvou a vida de quatro mil pessoas no Rio Grande do Sul. Os dados estão no balanço que o governador Eduardo Leite (PSDB) apresentou no plenário da Fecomércio,na quinta-feira (12).
Na contramão dessa estatística, Santa Maria viu o número assassinatos aumentar em 2022, fechando o ano com 70 mortes. No ano anterior, foram 58 assassinatos. Afora isso, em 2022, houve ainda duas mortes contabilizadas como legítima defesa, que não entraram na contagem total.
Os números do ano passado se igualam aos de 2017, em Santa Maria. Ou seja, antes do primeiro governo de Leite e, portanto, são anteriores ao lançamento do programa RS Seguro.
Maioria dos crimes são solucionados em Santa Maria
O delegado Gabriel Gonzales Zanella, titular da Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP) de Santa Maria, enviou ao Paralelo 29 os dados de 2016 a 2022.
A DPHPP começou a funcionar em 2016. O índice de elucidação dos assassinatos passa de 80%, sendo que em 2019 a DPHPP conseguiu elucidar todos os assassinatos do ano.
OS ASSASSINATOS DESDE 2016 EM SANTA MARIA
Os números se referem ao período de existência da DPHPP em Santa Maria:
- 2016 – 57
- 2017 – 64
- 2018 – 53
- 2019 – 45
- 2020 – 44
- 2021 – 55
- 2022 – 72 (2 casos são apontados como legítima defesa)
Como o governo do RS chegou ao cálculo de vidas preservadas
De 2019 a 2022, conforme dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP), o total de CVLIs foi 33% menor do que o registrado entre 2015 e 2018.
Nestes quatro anos anteriores à implantação do programa, foram contabilizadas 12.440 mortes e, após a criação do RS Seguro até agora, o número é de 8.380. A redução representa 4.060 vidas que deixaram de ser ceifadas pela criminalidade.
Leite reafirmou o compromisso da gestão com a manutenção e qualificação do RS Seguro. O governador destacou que se alcançou os números positivos porque o programa é transversal e estruturante, trabalhando não só o eixo de combate aos crimes, mas também a ampliação de políticas sociais e preventivas, a melhora do atendimento ao cidadão e o sistema prisional.
“Nossa estratégia de ampliar investimento, de apostar no diálogo e de promover a interação entre os órgãos de segurança está trazendo resultados expressivos. Agora, teremos novos desafios. Um deles é contribuir para que todos os 23 municípios do RS Seguro tenham cercamento eletrônico. Outro é chegar a menos de 10 homicídios por 100 mil habitantes, que é um indicador considerado razoável pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Queremos que a segurança seja um dos fatores que cativem as pessoas a viverem no Rio Grande do Sul”, disse o governador.
O secretário da Segurança Pública, Sandro Caron, também compreende que ainda existem muitos desafios a serem enfrentados, mas exalta os resultados obtidos até o momento.
“Acredito que o RS Seguro não é mais um programa de governo e, sim, de Estado. Sabemos que ainda temos um longo caminho a trilhar para ampliar as reduções nos indicadores de violência, mas é essencial reconhecer e agradecer o empenho dos nossos servidores nos resultados apresentados até aqui”, destacou o secretário.
Para o secretário-executivo do RS Seguro, delegado Antônio Padilha, a chave do sucesso do programa está na cooperação entre as forças de segurança, o Poder Judiciário e o Ministério Público.
“Se salvássemos uma vida já teria valido a pena. O resultado que obtivemos é fruto desse trabalho conjunto. O programa já tem uma importância histórica para o Rio Grande do Sul”, reconheceu.
Também estiveram no evento o vice-governador Gabriel Souza, o procurador-geral de Justiça do MPRS, Marcelo Dornelles, a desembargadora Vanessa Magalhaes, representando o Tribunal de Justiça, o secretário de Sistemas Penal e Socioeducativo, Luiz Henrique Viana, além de chefias das forças de segurança e representantes dos 23 municípios do RS Seguro.
Menos mortes em Porto Alegre e Pelotas
Na Capital, os números são ainda mais expressivos. Desde a implantação do RS Seguro, foram registradas 1.388 mortes em Porto Alegre. O número é 53% menor que as 2.930 mortes registradas em igual período antes da criação do programa.
Outro município destaque foi Pelotas. A cidade da região Sul, que havia registrado 415 mortes no período anterior à criação do RS Seguro, reduziu em 60% esse índice, com 166 mortes entre 2019 e 2022, o que representa 249 vidas preservadas.
Roubo de veículos
Entre 2019 e 2022, 41.305 veículos deixaram de ser roubados no Rio Grande do Sul. Enquanto no período pré-implantação do RS Seguro mais de 69 mil automóveis foram roubados, esse número caiu para 28.427, uma redução de 59%.
Essa diminuição representa a soma das 36 menores frotas municipais do Estado. Segundo levantamento do DetranRS, os municípios que menos têm veículos em circulação somam 39.982 automóveis. A redução também fica próxima à frota estimada do município de Cruz Alta, que tem 41.496 veículos registrados.
Em Porto Alegre, a redução dos roubos de veículos nos últimos quatro anos foi de 66%: 34.232 automóveis roubados no período anterior ao RS Seguro, frente aos 11.708 roubados entre 2019 e 2022. A capital é responsável por mais da metade da redução verificada em todo o Estado para este indicador.
Nesse ponto, outro destaque é Caxias do Sul, que reduziu 56% nos índices de roubo na comparação entre os períodos. Entre 2015 e 2018, 3.124 veículos foram subtraídos dos proprietários no município da Serra. Nos últimos quatro anos, as ocorrências caíram para 1.384, o que representa mais de 1,7 mil veículos a menos nos indicadores criminais.
Roubo a pedestres
Em todo o Estado, entre 2015 e 2018 houve 223.170 ocorrências de roubo a pedestres. Nos últimos quatro anos, com o monitoramento constante do Programa RS Seguro, registraram-se 138.789 ocorrências, 38% a menos do que em igual período anterior.
No Vale dos Sinos, Novo Hamburgo teve destaque na redução do indicador de roubo a pedestres. O município reduziu 52% o indicador, o que representa 3,8 mil roubos a menos no comparativo entre os períodos. Enquanto 7.297 pessoas tiveram seus pertences roubados de 2015 a 2018, nos últimos quatro anos esse indicador caiu para 3.491 ocorrências.
(Com informações do governo do RS)