Presidente tirou o general Júlio César de Arruda, nomeado em dezembro, e colocou o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva em meio a crise com setores das Forças Armadas depois de atos antidemocráticos com participação de militares
Com três semanas de governo e em meio a uma crise com setores das Forças Armadas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) trocou, neste sábado (21), o comando do Exército. Ele exonerou o general Júlio Cesar de Arruda do cargo de comandante do Exército e nomeou em seu lugar o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, comandante militar do Sudeste.
Ribeiro Paiva disse, em recente declaração, que o resultado das urnas “deve ser respeitado”, em um recado direito a grupos bolsonaristas que não aceitam a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para Lula na eleição presidencial de 30 de outubro do ano passado.
Um dia antes, demitido participou de reunião com o presidente
Um dia antes de ser demitido do cargo, Arruda participou, na sexta-feira (20), no Palácio do Planalto, de uma reunião de Lula com os comandantes da Marinha, da Aeronáutica, do Exército e o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro.
Essa foi a primeira reunião de Lula com os comandantes das Forças Armadas depois dele defender a punição para militares envolvidos em atos golpistas do último dia 8 de janeiro.

Júlio César de Arruda assumiu interinamente o comando do Exército em 30 de dezembro do ano passado, ainda no governo de Bolsonaro. Teria sido um acerto com a equipe de transição de Lula para que a troca de comando da força terrestre ocorresse antes da posse do novo governo.
Em 6 de janeiro, o ministro da Defesa confirmou Arruda no cargo. Com 63 anos de idade e 47 de carreira no Exército, Arruda era, na ocasião, o general mais antigo da força.
(Com informações do G1RS)