ATHOS RONALDO MIRALHA DA CUNHA – ESCRITOR
Pelé recebeu as devidas homenagens em vida e teve um funeral de acordo com sua grandeza histórica. Líderes, futebolistas e esportistas em geral foram a Santos render o último adeus ao craque. Faltaram os expoentes do tetra, do penta e do ex-exa. É do jogo.
Inclusive, o Infantino da Fifa, com tino aguçado, sugeriu que cada país colocasse um estádio com o nome de Pelé. Uma atitude politicamente correta.
Certamente, pipocarão mundo afora estádios, avenidas e afins com o nome do Pelé.
Homenagens é um tema interessante para ser abordado, pois, em alguns casos, o homenageado fica esquecido. Quando homenageamos alguém dando o nome de um teatro, palco, avenida ou um estádio de futebol, imaginamos que seu nome seja lembrado nas citações. Mas as vezes não é o que acontece. O gosto popular caminha em outra direção.
Sou capaz de imaginar que tem muito colorado que não sabe e talvez não lembre que o Gigante da Beira-Rio tem nome: Estádio José Pinheiro Borda.
Mario Filho fica quase esquecido por conta do Maracanã.
Os estádios do Figueirense e da Ponte Preta, respectivamente, são bons exemplos de homenagens que deram certo, a gente não tem a menor ideia de quem são os dois ilustres, mas sempre estamos falando o nome deles: Orlando Scarpelli e Moises Lucarelli.
Eu sempre achei que o estádio do Santos fosse a Vila Belmiro, mas acompanhando a despedida de Pelé, descubro que se chama Estádio Urbano Caldeira. Quem é Urbano Caldeira? Dá um Google.
Em Santa Maria o Riograndense Futebol Clube – Gandense para os nativos – deu o nome do pavilhão social de Rei Pelé. Na minha humilde opinião, deveriam colocar o nome de um atleta do clube, mas a direção entrou na onda Infantino de homenagens. Faz parte do jogo. Oreco é um excelente nome para se colocar em um estádio, pelo menos aqui em Santa Maria.
O Pelé ainda receberá muitas homenagens por esse mundão de Deus. A Colômbia e a Etiópia já anunciaram seguir a recomendação do Infantino.
Enfim, só o pavilhãozinho social do Gandense para homenagear o Pelé? É pouco. Mas é o que temos em Santa Maria e já considero suficiente.
