Dinheiro é do programa nacional para redução de filas do SUS lançado pelo governo federal. RS tem sete especialidades com demanda reprimida
O Rio Grande do Sul deverá receber R$ 32,2 milhões do governo federal para organizar e ampliar o acesso aos procedimentos de cirurgias eletivas e consultas especializadas, principalmente aqueles com demanda reprimida.
A verba está prevista no Programa Nacional de Redução das Filas de Cirurgias Eletivas, Exames Complementares e Consultas Especializadas, lançado nessa segunda-feira (6) pelo Ministério da Saúde.
A previsão é de um repasse inicial de R$ 10,7 milhões para o Rio Grande do Sul, e o restante de acordo com a apuração da produção dos serviços.
“A iniciativa é muito bem-vinda e vai ajudar a desafogar parte da lista de espera por consultas e procedimentos cirúrgicos. Já estamos trabalhando para mudar essa realidade”, destaca a secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann.
RS já tem programa para cirurgias
O programa federal vai na mesma linha do Cirurgias+, uma iniciativa do governo gaúcho para atender as demandas represadas de consultas, exames e cirurgias em sete especialidades com maiores filas e maior tempo de espera da população.
Lançada em maio do ano passado, a iniciativa do governo gaúcho conta com recursos de R$ 85 milhões do Tesouro do Estado, ao longo de 12 meses.
CIRURGIAS COM FILAS NO RS
Sete especialidades com maiores filas e maior tempo de espera da população no Rio Grande do Sul:
- Traumatologia
- Cirurgia geral
- Cirurgia vascular
- Otorrinolaringologia
- Oftalmologia
- Ginecologia
- Urologia
RS prevê 72 mil cirurgias e 94 mil consultas especializadas
O incremento previsto pelo Cirurgias+ à população é de 72 mil cirurgias e 94 mil consultas especializadas, que serão realizadas nos mais de 70 hospitais homologados.
Do recurso destinado para o Cirurgias+, cerca de R$ 30 milhões já foram solicitados pelos hospitais e autorizados pelo Estado – o que representa 41.304 cirurgias e 102.604 consultas, das quais já foram realizadas 8.237 cirurgias e 11.242 consultas.
Programa Nacional
Para a adesão da SES ao programa do Ministério da Saúde, será elaborado um Plano Estadual de Redução das Filas em conjunto com o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do RS (Cosems/RS) e pactuados na Comissão Intergestores Bipartite (CIB).
O ato de lançamento do programa nacional para reduzir filas do SUS teve a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da ministra da Saúde, Nísia Trindade.
Inicialmente, serão destinados R$ 200 milhões para reduzir filas de cirurgias eletivas, exames e consultas especializadas no Sistema Único de Saúde (SUS).
Para ter acesso aos recursos, cada estado deverá apresentar um plano de ação, que deve fixar as prioridades conforme a realidade local.
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Foco inicial em três tipos de cirurgias
Nesse primeiro momento, o foco estará na redução das filas de cirurgias eletivas, principalmente abdominais, ortopédicas e oftalmológicas. Posteriormente, o esforço estará voltado para os exames e as consultas de especialistas.
Segundo a ministra da Saúde, Nísia Trindade, em alguns locais, já existem políticas de redução das filas com resultados positivos.
“Alguns estados têm planejamentos avançados. A situação do Brasil é muito desigual”, ponderou a ministra Nísia. Ela explicou ainda que cada plano incluirá metas pactuadas com o Ministério da Saúde.
Acesso a especialistas é distante do pobre, diz Lula
Em seu discurso, Lula ressaltou que o acesso a médicos especialistas é um realidade distante da população mais pobre no Brasil.
“Ele até tem acesso ao centro de saúde para fazer a primeira consulta. Mas quando o médico pede para ele visitar um outro especialista, ele espera oito meses, nove meses, um ano. Às vezes morre sem ter o atendimento”, disse o presidente.
(Com informações do governo do RS e de Léo Rodrigues, repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro)