Governo federal vê a folia de Momo como um estímulo à economia do país e oportunidade de geração de emprego e renda
A ministra da Cultura, Margareth Menezes anunciou neste domingo (19) que o Ministério da Cultura e o governo federal vão apoiar o Carnaval nas diferentes partes do Brasil, descentralizando leis de fomento e estimulando empresas e a sociedade a investirem mais na cultura via leis de incentivo.
As declarações da ministra podem soar como uma boa notícia para cidades que já têm um Carnaval desenvolvido no Rio Grande do Sul, como é o caso de Uruguaiana, que realiza o Carnaval Fora de Época.

Também se incluem nesse grupo municípios da Quarta Colônia, como Restinga Seca, que promove o Carnaval no Balenário das Tunas, e Jaguari, no Vale do Jaguari, que recebe turistas de todo o Rio Grande do Sul e até de fora do Estado para o seu Carnaval de Rua, que já é tradicional.
Sem Carnaval de Rua com desfile de escolas de samba há quase uma década (o último foi em 2015), Santa Maria também poderá apresentar projeto para obter recursos caso a proposta da ministra da Cultura seja encampada pelo governo federal.

Sensibilizar empresas e sociedade
Depois de acompanhar a abertura dos carnavais de Salvador e Recife, Margareth Menezes fez um pronunciamento no início da noite deste domingo no Rio de Janeiro, onde pretendia acompanhar a primeira noite do desfile das escolas de samba do Grupo Especial.
“Firmamos compromisso de que, a partir de agora, iremos buscar cada vez mais sensibilizar as empresas e a sociedade para perceber as vantagens de investir na cultura do país. Viabilizaremos ações que façam chegar os recursos necessários. A descentralização das leis de fomento à cultura e o diálogo que estabeleceremos com as empresas para cativar mais apoio e investimento em ações no setor cultural já são metas traçadas no ministério”.
Margareth quer estender oportunidades às diversas regiões
A ministra destacou que as leis de incentivo à cultura cumprem um papel fundamental no Carnaval, e que as escolas de samba teriam muita dificuldade em organizar seus desfiles sem elas. Margareth Menezes anunciou que Mangueira e Unidos da Tijuca apresentaram projetos para receber apoio federal via lei de incentivo, e receberão recursos.
“A partir do próximo ano, queremos estender essa possibilidade de apoio às mais diversas regiões do país”, disse ela, que defendeu a importância econômica do Carnaval.
“Não se trata absolutamente apenas de um momento de distração do povo. Há muito tempo o Carnaval brasileiro já mostrou a que veio. O nosso Carnaval é uma grande plataforma de oportunidades de trabalho e um vetor de geração de empregos e renda muito maior do que podemos imaginar”.

Importância cultural
A ministra disse que o Carnaval cumpre um papel importante no reconhecimento da cultura e da identidade brasileira mundo afora, e que é preciso tirar maior proveito disso.
Ao fim de seu pronunciamento, ela aproveitou para cantar um dos mais famosos sambas-enredos do Carnaval do Rio de Janeiro, “É Hoje”, composto para o desfile de 1982 da União da Ilha do Governador.
“A minha alegria atravessou o mar/ E ancorou na passarela / Fez um desembarque fascinante / No maior show da Terra. Viva o Carnaval do Rio de Janeiro!”

Presidente da Embratur fala sobre a festa
O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, também participou do evento e defendeu que o desenvolvimento do Brasil não pode abrir mão de sua cultura e da alegria do carnaval, potencial em que poucos países do mundo se equiparam ao Brasil.
“O Carnaval é um momento de celebração da vida, onde o povo brasileiro vai recuperar a alegria. São dois anos de pandemia e quatro anos da destruição de qualquer projeto cultural no país, fazendo muito mal à imagem do Brasil lá fora e ao nosso espírito aqui dentro”, disse.
“Esse é o primeiro Carnaval depois da pandemia e depois do pandemônio, e a gente terá a chance de fazer o carnaval mais bonito da nossa história, porque a gente merece”.
“Carnaval gera ganhos a empresários e trabalhadores”, diz Freixo
Freixo ressaltou que o Carnaval gera ganhos aos empresários do setor hoteleiro e de serviços, e também para trabalhadores autônomos como taxistas e ambulantes.
“Graças à ciência, graças à vacina, graças aos profissionais de saúde, a gente está vivo e a gente vai para o Carnaval, porque Carnaval é vida, é emprego, é emprego, é trabalho, é renda, é desenvolvimento e é isso que o Brasil precisa”.
(Com informações de reportagem de Vinícius Lisboa – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro)