Paralelo 29

MP quer aumentar pena de mãe condenada por assassinar o filho

Alexandra, de azul, ao lado do advogado Foto: Juliano Verardi, TJRS

Alexandra Dougokenski recebeu pena de 30 anos e 8 meses após ser julgada em júri popular por matar Rafael Winques, de 11 anos

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), em Planalto, entrou com recurso pedindo ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) o aumento da pena de Alexandra Dougokenski.

A mãe de Rafael Winques foi condenada a 30 anos e 8 meses de prisão pelo Tribunal do Júri de Planalto. A sentença foi decretada no dia 18 de janeiro deste ano, após três dias de sessão.

Na conclusão, os promotores de Justiça Michele Taís Dumke Kufner, Diogo Gomes Taborda e Marcelo Tubino Vieira requerem que seja reformada a sentença com relação à pena aplicada. Eles querem. entre outras alterações, que seja recalculada a pena.

Alexandra foi condenada por todos os crimes pelos quais foi acusada: homicídio doloso quadruplamente qualificado (motivo torpe, motivo fútil, asfixia, dissimulação e recurso que dificultou a defesa da vítima) cometido contra Rafael , ocultação de cadáver do filho, falsidade ideológica e fraude processual. Ela também recorreu da condenação.

RELEMBRE O CASO

O crime foi cometido em de maio de 2020 na casa em que Alexandra morava com Rafael e outro filho. Conforme o MPRS, nos dias que antecederam o assassinato, a mãe passou a se sentir incomodada com as negativas do filho em acatar suas ordens, como diminuir o uso do celular e das horas de jogos online.

Ela acreditava que a desobediência colocaria à prova o domínio que precisava ter sobre os filhos. De acordo com a denúncia, temia, ainda, que esse comportamento do caçula pudesse incentivar o filho mais velho, de onde vinha a pensão que garantia seu sustento, a desobedecê-la. Foi este contexto que levou Alexandra a articular a morte de Rafael.

Para levar o plano adiante, retirou da casa de sua mãe comprimidos do medicamento diazepam e os deixou guardados até o momento oportuno para utilizá-los. Decidiu matar o filho na noite anterior ao crime, após perceber nova desobediência de Rafael e repreendê-lo, aos gritos, para que parasse de jogar.

Momentos antes, ela tinha realizado pesquisas na internet sobre uso de substâncias tóxicas para diminuir a resistência das vítimas, como “Boa Noite Cinderela” e colírios, e assistido a filmes em que o prazer sexual é alcançado por violência, asfixia e uso de máscaras.

Entre as 23h do dia 14 de maio de 2020 e a 00h30min do dia 15 de maio de 2020, Alexandra fez com que Rafael tomasse dois comprimidos de diazepam. A ingestão foi comprovada por laudos periciais.

A denunciada esperou em seu quarto até que o medicamento fizesse efeito. Horas depois, ainda na madrugada de 15 de maio, verificando que a resistência da criança estava reduzida em razão do medicamento, e munida de uma corda, estrangulou o filho até que sufocasse.

“Após constatar que Rafael estava morto, Alexandra engendrou uma forma de ocultar o cadáver e despistar as suspeitas que pudessem recair sobre si. Para tanto, vestiu o corpo do filho, pegou seus chinelos e os óculos e decidiu levá-lo até a casa vizinha, onde sabia que existia um local propício à ocultação”, disse a promotora Michele Dumke Kufner.

(Com informações do MPRS)

Compartilhe esta postagem

Facebook
WhatsApp
Telegram
Twitter
LinkedIn