Equipe da Vigilância em Saúde realizou orientações e solicitou autorização de moradores para pulverizar residências em três bairros nesta quinta-feira
A Secretaria de Saúde de Santa Maria confirmou 28 casos de dengue no município até esta quinta-feira (23). O boletim epidemiológico da doença viral é atualizado todas as sextas-feiras pela Prefeitura.
Para combater a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, uma equipe da Vigilância em Saúde foi às ruas para orientar moradores e pulverizou residências nos Bairros Juscelino Kubitschek (zona Oeste), Boi Morto (zona Oeste) e Itararé (zona Nordeste).
O superintendente de Vigilância em Saúde, Alexandre Streb, ressalta que, diante do número de casos existentes em Santa Maria, as equipes estão intensificando as vistorias nos bairros onde há maior incidência de casos suspeitos ou confirmados.
As vistorias, segundo ele, têm o objetivo de identificar possíveis focos de Aedes, orientar sobre formas de prevenção, eliminar água parada (remoção mecânica) e fazer tratamento químico em focos com larva ou mosquito (aplicação de larvicida e pulverizações).
Streb considera que a eliminação da água parada e a limpeza geral dos locais, além de serem os métodos mais eficientes, podem e devem ser feitas pelos próprios proprietários dos imóveis.
Produtos de pulverização racionados
Uma questão que preocupa o superintendente é o racionamento de produtos utilizados para a pulverização, segundo informou a Vigilância em Saúde Estadual, responsável pela distribuição de substâncias utilizadas para pulverizar locais. Ele pede que a população faça a sua parte.
“A Vigilância em Saúde trabalha o ano inteiro com vistorias, trabalho educativo e com tratamentos contra o vetor. Este já é o quarto surto de dengue no Município (considera-se surto mais de dois casos com relação entre si), o que nos proporciona certa experiência no enfrentamento. Porém, percebemos que, neste ano, o número de notificações e de casos suspeitos e confirmados já supera o de outros anos, tendo por base o mesmo período”, destaca Streb.
“Não há motivo para pânico”, diz Vigilância
Segundo o superintendente, o fato de haver chuvas esparsas e muito calor cria condições favoráveis à proliferação de mosquito. Ele ressalta, porém, que a situação está sob controle, apesar do alerta.
“Não há motivo para pânico, ainda temos um relativo controle, mas, sem a população nos ajudar, poderemos ter uma situação mais grave”, alerta Streb.
Os tipos de pulverização
Para combater a proliferação da dengue, principalmente nos bairros onde há casos de pessoas com o vírus, a Secretaria de Saúde prevê uma ação de pulverização nesta sexta-feira (24) se a condição climática permitir. A pulverização tem por objetivo eliminar focos de criadouros do mosquito.
Alexandre Streb explica que as pulverizações são de dois tipos. A que é chamada de costal é realizada pelos agentes de saúde pública da Vigilância em Saúde, adentrando nos pátios e aplicando o produto sobre os locais de infestação do mosquito. Esta deve suceder às remoções mecânicas de água parada e às limpezas gerais dos locais.
O outro tipo de pulverização é a “pesada”, realizada pela Vigilância em Saúde Estadual, através de um veículo (caminhonete) e mediante um equipamento que pulveriza os pátios sem adentrá-los, lançando o produto da rua para dentro dos mesmos.
Esses dois tipos têm alguns riscos à saúde e ao ambiente, sendo que só são aplicados mediante critérios pré-estabelecidos pela avaliação técnica e por legislações específicas.
A eficiência da pulverização é sempre inferior ao método de eliminação mecânica da água parada, mas é uma alternativa complementar e necessária.
COMO ELIMINAR OS FOCOS DE TRANSMISSÃO
- Mantenha a caixa d’água sempre fechada
- Encha de areia, até a borda, os potes e os vasos de plantas
- Não deixe a água da chuva acumular em recipientes
- Mantenha tampados tonéis e barris de água
- Guarde garrafas de cabeça para baixo
- Recolha seus resíduos
- Use repelente
- Utilize inseticida em locais escuros (perto do chão e proximidades de piscina)
- Atenção às piscinas, especialmente as de plástico
O que é a dengue
A dengue é uma arbovirose urbana mais prevalente nas Américas, principalmente no Brasil. É uma doença febril que tem se mostrado de grande importância em saúde pública nos últimos anos.
O vírus da dengue (DENV) é um arbovírus transmitido pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti e possui quatro sorotipos diferentes.
O período do ano com maior transmissão da doença ocorre nos meses mais chuvosos de cada região, geralmente de novembro a maio. O acúmulo de água parada contribui para a proliferação do mosquito e, consequentemente, para a maior disseminação da doença. É importante evitar água parada, todos os dias, porque os ovos do mosquito podem sobreviver por um ano no ambiente.
Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis à doença, porém, as pessoas mais idosas e aquelas que possuem doenças crônicas, como diabetes e hipertensão arterial, têm maior risco de evoluir para casos graves e outras complicações que podem levar à morte.
SINTOMAS DA DOENÇA
- Febre alta, superior a 38°C
- Dor no corpo e articulações
- Dor atrás dos olhos
- Mal-estar
- Falta de apetite
- Dor de cabeça
- Manchas vermelhas no corpo
Doença pode ser assintomática
No entanto, a infecção por dengue pode se apresentar dessas formas: assintomática (sem sintomas); quadro leve; ou com sinais de alarme e de gravidade.
Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (acima de 38°C), de início abrupto, que geralmente dura de 2 a 7 dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, além de prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos e manchas vermelhas na pele.
Também podem acontecer erupções e coceira na pele. Os sinais de alarme são assim chamados por sinalizar o extravasamento de plasma e/ou hemorragias que podem levar o paciente a choque grave e óbito. A forma grave da doença inclui dor abdominal intensa e contínua, náuseas, vômitos persistentes e sangramento de mucosas.
Se tiver sintomas, procure a rede pública
Caso uma pessoa apresente algum dos sintomas de dengue, deve procurar imediatamente uma unidade de saúde mais próxima. Segundo o secretário municipal de Saúde, Guilherme Ribas, as unidades de saúde da rede municipal estão qualificadas para atender e orientar os pacientes, bem como para encaminhá-los para consulta específica e para a coleta de material para análise.
O material coletado do paciente com sintomas é enviado ao Laboratório Central do Estado (Lacen). Conforme Ribas, a pasta está organizando uma reunião técnica com o Comitê Municipal de Enfrentamento à Dengue para discutir mais sobre o assunto, definir estratégias de combate e centralizar as notificações dos casos. Acesse aqui o boletim epidemiológico da dengue.
(Com informações de Diniana Rubin – Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Santa Maria)