Paralelo 29

Argentinos submetidos a trabalho escravo são resgatados no RS

Foto: Divulgação PF

Vítimas trabalhavam no corte de lenha em Nova Petrópolis, na Serra Gaúcha

Quatro trabalhadores argentinos em condição análoga à de escravo foram resgatados na noite deste sábado (1º) em Nova Petrópolis, na Serra Gaúcha. Segundo a Polícia Federal e o Ministério do Trabalho e Emprego, responsáveis pela operação, uma das vítimas é menor de idade.

As pessoas resgatadas trabalhavam no corte de lenha em uma propriedade rural do município. Segundo a Polícia Federal, eles haviam sido abandonados pelos empregadores e estavam sem recurso para alimentação e estadia.

A Polícia Federal foi acionada após receber denúncia da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, que também participou da operação.

Um homem, responsável pelas atividades, foi preso em flagrante por submeter trabalhadores à condição análoga à de escravo, crime previsto no Artigo 149 do Código Penal.

Conduzido à Polícia Federal em Caxias do Sul (RS), ele será encaminhado ao Sistema Penitenciário e permanecerá à disposição da Justiça Federal.

Ao chegarem à propriedade rural, os policiais federais, brigadistas militares e auditores fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego encontraram os trabalhadores acampados na mata em condições insalubres e totalmente desassistidos. Os argentinos estavam sem água potável, sem energia elétrica e sem acesso a banheiros.

Esta não é a primeira denúncia de trabalho escravo envolvendo a Serra Gaúcha. Em 22 de fevereiro, uma ação conjunta entre a Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Federal (PF) e Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) resgatou 207 trabalhadores que enfrentavam condições de trabalho degradantes em Bento Gonçalves, também na Serra Gaúcha.

O resgate ocorreu depois que três trabalhadores que fugiram do local contactaram a PRF, em Caxias do Sul, e fizeram a denúncia. Atraídos pela promessa de salário de R$ 3 mil, os trabalhadores relataram enfrentar atrasos nos pagamentos dos salários, violência física, longas jornadas e oferta de alimentos estragados. Eles eram contratados por uma empresa terceirizada que prestava serviço para as vinícolas Aurora, Garibaldi e Salton.

As vinícolas fizeram um acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT) se comprometeram a pagar R$ 7 milhões em indenizações, R$ 5 milhões por danos morais coletivos e R$ 2 milhões por danos individuais, a ser dividido entre os resgatados.

(Com informações da Agência Brasil)

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