Paralelo 29

Globo demite jornalistas, entre eles o santa-mariense Marcelo Canellas

Foto: Reprodução TV Globo

Profissional formado na UFSM estava há mais de 30 anos na emissora

A Rede Globo de Televisão demitiu um grupo de jornalistas de ponta, entre eles Marcelo Canellas, que se formou na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Dias antes, havia demitido o comentarista esportivo Cléber Machado.

Além de Canellas, a emissora dispensou Eduardo Tchao, Mônica Sanches e Flávia Januzzi.

O diretor do programa Fantástico, Jorge Espírito Santo, o Jorjão, e outros editores e produtores estão na lista de cortes da empresa.

Em princípio, a alegação da Globo para as demissões seria o alto salários desses profissionais. Ainda em março, na mesma leva de Cléber Machado, a emissora havia dispensado Jota Júnior, Sandro Meira Ricci, Ana Helena Goebel e Fernanda Colombo.

Segundo o jornal O Tempo, Canellas era o que, provavelmente, recebia o maior salário da Globo entre os demitidos. Ele estaria sabendo da demissão e, há alguns meses, vinha negociando sua saída da emissora.

Canellas em frente ao prédio da boate Kiss, na Rua dos Andradas, em Santa Maria, para gravação do documentário sobre a tragédia que matou 242 jovens em 27 de janeiro de 2013/Foto: Divulgação Rede Globo

Da UFSM a repórter especial da Globo

Formado na UFSM, Canellas tinha 33 anos de Rede Globo, sendo conhecida por suas matérias especiais para o Fantástico desde 2009. Este ano, o jornalista voltou a cidades que tinham saído do mapa da fome nos primeiros governos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e que voltaram a figurar entre os municípios com o maior número de brasileiros sem ter o que comer.

 No entanto, o último trabalho de destaque de Canellas na Globo foi o documento sobre a tragédia da boate Kiss, que ocorreu em Santa Maria em 27 de janeiro de 2013. O documentário foi lançado para marcar os 10 anos do incêndio que matou 242 jovens e deixou mais de 600 feridos na cidade em que Canellas se criou e se tornou jornalista.

Grandes coberturas e premiações

Ainda consta na biografia profissional de Canellas a cobertura de grandes fatos históricos, como o impeachment do ex-presidente Fernando Collor, em 1992; o massacre dos sem-terra em Eldorado dos Carajás, no Pará, em 1996. No entanto, foram as reportagens sobre a fome, em 2001, que deram notoriedade ao trabalho do jornalista no Jornal Nacional.

Canellas ganhou diversos prêmios em sua carreira, incluindo o cobiçado premio Vladimir Herzog, criado em homenagem ao jornalista e militante político assassinado pela ditadura militar em 25 de outubro de 1975, durante uma sessão de tortura no DOI-CODI, aparelho de repressão dos governos militares.

Presença na vida cultural de Santa Maria

Apesar de não morar em Santa Maria há anos, Canellas mantém estreita relação com a cidade, onde tem familiares e amigos. Desde que aconteceu o incêndio da Kiss, ele tem participado de eventos relacionados à tragédia, como em janeiro deste ano, quando completaram-se 10 anos do fato.

Canellas também participação na vida cultural de Santa Maria e é visto como uma espécie de “mecenas”. Em 2016, o jornalista formalizou a doação de um casarão na Rua Floriano esquina com a Rua Ernesto Beck, no Centro de Santa Maria, à TV OVO, uma produtora audiovisual e TV Comunitária criada em 1997, em Santa Maria. Já em 2017, Canellas foi Patrono da Feira do Livro de Santa Maria.

(Com informações do Jornal O Tempo)

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