ATHOS RONALDO MIRALHA DA CUNHA – ESCRITOR
Duas frases que, volta e meia, lemos aqui nas bandas virtuais. E são bem interessantes porque sintetizam pautas.
- Se temos dez pessoas sentadas a uma mesa e junta-se a elas um nazista e ninguém se levanta, temos onze nazistas à mesa.
- Não basta ser contra o racismo é preciso ser antirracista.
Estas duas frases nos dizem muito e provocam reflexões e atitudes se ainda quisermos mudar o estado das coisas. Mas valem também para todos os temas atuais e que precisam ser incorporados ao nosso cotidiano de discussões.
As pautas fascismo, xenofobia, homofobia, misoginia, racismo, e, fundamentalmente, pedofilia devemos combater com intensidade. Pedofilia é o tema da crônica.
Fiz um baita rodeio para chegar no 14º Dalai-Lama – Tenzin Gyatso – e seu lamaçal. O beijo de língua do líder tibetano em uma criança de dez anos me causou asco e repugnância. Impossível ficar indiferente diante da cena. Nojo do velhaco.
Não era uma brincadeirinha de um ancião – com extremada visibilidade pública – com um guri como dava a entender as risadinhas em off ao fundo.
Pedofilia: não basta ser contra, temos que ser antipedofilia. E combater e denunciar com veemência sendo ela praticada por quem quer que seja.
Impressão minha ou no Brasil não causou tanta perplexidade? Acho que foi só impressão, muitos amigos se manifestaram externando sua indignação, mas fiquei com o sentimento de que pessoas públicas de alto calibre optaram pelo silêncio.
Não há necessidade de opinar sobre tudo, mas pedofilia é assunto sério. Seríssimo. Não podemos passar pano porque o cidadão é famoso.
O que aconteceu e foi filmado não tem outro nome a não ser pedofilia. Fico a imaginar o que acontece nos bastidores. Me permito estas elucubrações. E se isso desagrada algumas pessoas, sinto muito.
Precisamos rever nossas posições, conceitos e nossas ideias fixas. E combater este crime praticado por um líder espiritual e escamoteado por parte da mídia para salvaguardar aparências. Ainda bem que temos a internet que, neste caso, funciona para o bem e dá a devida transparência.
Me causa nojo e revolta cada vez que vejo o vídeo e mais ainda as risadinhas ao fundo de puxa-sacos coniventes. Improvável… muito improvável… deveras improvável, mas se eu estiver em um recinto e essa figura entrar – o Tenzin Gyatso – eu me retiro.