Entre as vítimas estão três enteadas do médium, que está preso
O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) denunciou um curandeiro de São Gabriel por sete crimes sexuais, cinco deles cometidos contra as suas três entedas.
Conforme a denúncia, o homem que se apresentava como curandeiro e guia espiritual recebia as pessoas em um centro religioso em São Gabriel. No local, ele atendia pessoas, realizando aconselhamento espiritual e cirurgias “de curandeirismo”.
Ainda de acordo com o MPRS, o curandeiro receitava medicamentos de uso controlado sem a prescrição médica correspondente. A denúncia foi apresentada na sexta-feira (14) e divulgada pelo MPRS nesta segunda-feira (17).
A denúncia entregue à Justiça aponta que, a partir de 2010, o curandeiro começou a utilizar-se das sessões individuais para violentar sexualmente cinco vítimas. Para isso, ele alegava falsas justificativas para praticar os atos de violência sexual.
Entre as justificativas apontas, o curandeiro chegou a dizer a uma das vítimas que ela tinha problema de infertilidade e que esse problema somente seria resolvido se a mulher se submetesse as orientações dele para “atos libidinosos”.
“Não suficiente, por ocasião da investigação, foi possível apurar que o denunciado também importunava sexualmente as suas enteadas, praticando contra elas diversos atos libidinosos que somente vieram a público após a mais nova delas completar a maioridade”, diz o MPRS.
Em razão da somatória dos crimes sexuais, o Ministério Público apresentou a denúncia, imputando ao curandeiro a prática do crime de estupro de vulnerável, por duas vezes, violação sexual mediante fraude, por três vezes, e importunação sexual, por duas vezes.
A peça acusatória do MPRS também aponta a prática dos crimes contra descendente, em razão de motivo torpo, que tinha como objetivo o controle do comportamento sexual e social das vítimas e a prática de crime no contexto doméstico e familiar contra a mulher.
Desde 29 de março deste ano, o médium está preso preventivamente no Presídio de São Gabriel. Ele deverá responder ao processo preso, em princípio.
O suposto líder espiritual, que tem 49 anos, não teve o nome divulgado pelo MPRS. O advogado Bruno Seligman de Menezes, que representa o médium, disse que todas as acusações são inverídicas.
(Com informações do MPRS)
