Lula “aceitou” pedido de afastamento encaminhado por Gonçalves Dias
O general Gonçalves Dias pediu afastamento do cargo de ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República nesta quarta-feira (19). Segundo a Secretaria de Comunicação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já aceitou o pedido de demissão.
General da reserva, Gonçalves Dias é o primeiro ministro a deixar o governo no terceiro mandato de Lula. O ministro deixou o cargo no mesmo dia em que vídeos que estavam sob sigilo por fazerem parte de inquérito policial foram divulgados pela CNN.
As imagens mostram o general e outros funcionários da pasta dentro do Palácio do Planalto, no dia 8 de janeiro, quando vândalos invadiram as sedes dos Três Poderes.
Em nota, o GSI esclareceu que as imagens mostram a atuação dos agentes de segurança para evacuar o quarto e o terceiro pisos do Palácio do Planalto, concentrando os manifestantes no segundo andar, onde, após a chegada de reforços do pelotão de choque da Polícia Militar do Distrito Federal, os golpistas foram presos. No entanto, o clima ficou
“Quanto às afirmações de que agentes do GSI teriam colaborado com os invasores do Palácio do Planalto, informa-se que as condutas de agentes públicos do GSI envolvidos estão sendo apuradas em sede de sindicância investigativa instaurada no âmbito deste Ministério e se condutas irregulares forem comprovadas, os respectivos autores serão responsabilizados”, diz o gabinete, em nota.
A Secretaria de Comunicação da Presidência da República, também em nota, afirma que todos os envolvidos em atos criminosos no dia 8 de janeiro, civis ou militares, estão sendo identificados pela Polícia Federal e apresentados ao Ministério Público e ao Poder Judiciário.
Conhecido como G. Dias, o militar já havia atuado no comando da segurança pessoal de Lula entre 2003 e 2009. Nessa época, era chamado de “sombra de Lula”. Já na campanha eleitoral do ano passado, o oficial chegou a auxiliar na organização dos eventos dos quais o petista participou.
Em reportagem de janeiro deste ano, o Estadão revelou que, sob o comando de Dias, o GSI havia dispensado por escrito o pelotão de 36 homens do Batalhão da Guarda Presidencial. A dispensa ocorreu cerca de 20 horas antes da invasão do Palácio do Planalto, em 8 de janeiro.
Na mesma medida, o presidente também anunciou a exoneração do secretário-executivo do GSI, general Ricardo José Nigri. Os dois principais cargos do GSI ficam sem titulares.
Assim que Lula aceitou o pedido de exoneração do general, o governo divulgou o nome do substituto. Será o secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Capelli, ex-interventor do Distrito Federal, que assumirá interinamente o comando do GSI.
Em 8 de janeiro, logo após os atos golpistas, Lula anunciou Capelli como interventor na Segurança Pública do Distrito Federal. Capelli é um dos principais assessores do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, e já atuou nos governos Lula e Dilma Rousseff (PT).
(Com informações da Agência Brasil)