Paralelo 29

CONTO: Don Juan Rigoberto – Parte III

Foto: Divulgação Prefeitura de Paris

ATHOS RONALDO MIRALHA DA CUNHA – ESCRITOR

A primeira conversa, cara a cara, entre Don Juan Rigoberto e Juanito foi por ocasião da morte dos avós em um acidente automobilístico. Juanito já estava à frente das empresas.

Mas precisava acertar com seu pai como seria dali para a frente. Não se importaria como Don Juan viveria, desde que não atrapalhasse os negócios poderia continuar com a vida de extravagâncias gastando o seu dinheiro enquanto sócio.

Ali pai e filho definiram qual a participação de cada um no conglomerado empresarial da família. Tudo ficaria como sempre esteve: Juanito seria o responsável e Don Juan só retiraria os proventos para manutenção de seu padrão de vida de bon-vivant.

Tudo acertado. A partir de então os encontros eram esporádicos. Aniversário… festividades de fim de ano. Eventualmente, aparecia para presentear os netos. Ocasionalmente, um alô para o filho. Don Juan Rigoberto vivia solto no mundo. 

Certa feita, num jantar na torre Eiffel, Don Juan olha na carta de vinhos o “Juanito – reserva especial 2008” e não teve dúvidas: o vinho a ser apreciado naquela noite.

– Preciso fazer uma visita nesta vinícola. Acho que conheço o dono – comentou para a sua acompanhante.

Don Juan Rigoberto tinha uma mente astuta e plena, mas seu corpo já não respeitava seu modus vivendi. E foi na saída do restaurante que sentiu uma leve tontura.

Não era nada, mas no caminho do hotel teve um mal-estar e o motorista, astutamente, o levou para o hospital. Don Juan Rigoberto sofrera um acidente vascular cerebral.

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