Paralelo 29

CÁ ENTRE NÓS: Por que sou aluna de Malala

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

ALESSANDRA CAVALHEIRO – JORNALISTA

Costumo dizer que sou aluna de Malala Yousafzai, a menina paquistanesa de 25 anos que hoje vive no Reino Unido. É muito importante lembrar seu dia, 12 de julho, parar e pensar durante seu aniversário.

Ela extrapolou os limites do Paquistão, seu país de origem, pela coragem de defender o direito de meninas e mulheres estudarem.

Depois de sobreviver a um ataque do terrível Talibã, em 2012, sua potência se elevou e sua mensagem pela educação das mulheres tem tocado corações mundo afora.

Foi no Vale de Swat que, em plena escola, Malala foi atingida aos 14 anos por uma bala no rosto, em um ataque dos extremistas que já haviam destruído quase todas as escolas da cidade, Mingora.

O fato repercutiu e alguns jornalistas começaram a ouvir a menina, que utilizou os microfones para enviar a todos os cantos do mundo a sua mensagem: o direito à educação de meninas e mulheres. Pode parecer uma obviedade mas não, há uma luta gigantesca por esta causa.

Ávida por conhecimento, Malala é exemplo como aluna, mas muito mais. Depois de enfrentar um tratamento doloroso devido ao atentado, ela criou o Fundo Malala, escreveu um Best-Seller e seguiu encorajando meninas e mulheres a continuarem seus estudos.

Entre muitos prêmios, Malala recebeu o Nobel da Paz, em 2014. Seu rosto me alegra, suas marcas me alertam: é preciso ter coragem para seguir. Em 2020 ela concluiu seus estudos na Universidade de Oxford, onde se aprofundou em filosofia, política e economia.

Assim, o Dia de Malala foi estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU), por ser o aniversário, não somente de uma menina, mas de um símbolo que traz a esperança de que aumente a civilidade no mundo, que homens compreendam que mulheres têm sim, capacidade e inteligência para melhorar as coisas.

Essa quarta-feira, 12, será dia de reforçar a importância do acesso às meninas e mulheres à educação. Sim, essa canceriana é minha professora de coragem, de força, de como ser uma mulher. Essas e outras lições, ainda vamos aprender se prestarmos atenção em sua trajetória.

Objetivo 4 dos ODS

Dentro dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos pelos países da ONU em 2015 para 2030, está o ODS 4: Educação de qualidade.

Hoje, muitas pessoas ao redor do mundo, inspiradas em Malala, trabalham para este objetivo: Garantir o acesso à educação inclusiva, de qualidade e equitativa, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.

Mas será que em 2030 teremos avançado? É preciso ter esperança e fé que sim. Apesar do ódio gratuito de tantos. O ODS 4 tem 7 metas e aqui chamo atenção para a 4.7, poesia para meus olhos:

“Até 2030, garantir que todos os alunos adquiram conhecimentos e habilidades necessárias para promover o desenvolvimento sustentável, inclusive, entre outros, por meio da educação para o desenvolvimento sustentável e estilos de vida sustentáveis, direitos humanos, igualdade de gênero, promoção de uma cultura de paz e não violência, cidadania global e valorização da diversidade cultural e da contribuição da cultura para o desenvolvimento sustentável.”

Até 2030. Sonhar não custa nada e sim, eu sonho sem medo do que as pessoas ‘vão achar’. São os conhecimentos e habilidades das Malalas da vida que transformarão o mundo, tornando-o mais humano

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