Paralelo 29

CÁ ENTRE NÓS: Sexta onda de extinção – a primeira causada pelo homem

Foto: Pixabay

ALESSANDRA CAVALHEIRO – JORNALISTA

Este ano, no dia 24 de junho, cheguei ao limite pessoal de utilização do planeta Terra. Como assim? Acabo de fazer o teste disponibilizado pelo WWF, o Fundo Mundial para a Natureza, sobre a minha ‘Pegada Ecológica’.

Significa que, segundo essa que é uma das maiores instituições de proteção da natureza do planeta, se todos fossem como eu seriam necessárias 2.1 terras por ano para viver da forma como vivo hoje: alimentação, habitação, transportes, hábitos, etc.

E olha que eu vivo escrevendo aqui sobre natureza e sustentabilidade e essas coisas todas. Mas não basta. É preciso agir.

Por que eu acredito nesse teste? Porque é feito por especialistas, cientistas, pessoas que têm passado a vida inteira estudando os dados da pegada ecológica e trabalhando de forma incansável pela preservação da natureza.

Importante citar o assunto hoje, data em que se comemora o Dia do Protetor de Florestas, também conhecido como Curupira no folclore brasileiro.

A figura é conhecida pelos seus cabelos vermelhos e pelos pés virados para trás e é aquele que extermina todos os que prejudicam as florestas.

Koala, uma das espécies ameaçadas/Foto: Pixabay

Reverter a degradação da terra

Assim, o dia 17 de julho nos leva à reflexão sobre uma tarefa vital para a humanidade: alcançar as metas do ODS 15 da Agenda 2030.

“Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade”.

Você já soube números sobre as espécies que estamos perdendo? Então, o WWF diz que esta é uma pergunta dificílima de responder porque não sabemos exatamente o que existe e como o mundo é grande e complexo, a ciência descobre novas espécies o tempo todo.

Porém, os estudos revelam números nada animadores. Por exemplo, partindo do princípio que existem 100 milhões de espécies diferentes na Terra e o índice de extinção é de apenas 0,01% ao ano, então pelo menos 10 mil espécies são extintas por ano.

A estimativa feita pelos especialistas é que a perda acelerada de espécies que presenciamos hoje está entre mil e dez mil vezes acima da taxa de extinção natural, ou seja, que ocorreria sem a interferência humana. Esses especialistas calculam que entre 0,01 e 0,1% de todas as espécies são extintas por ano.

“Se considerarmos que a menor estimativa do número de espécies como verdadeira (isto é, que existem mais ou menos dois milhões de espécies diferentes em nosso planeta), isso significa que todo ano ocorrem entre 200 e 2.000 extinções.”

Porém, se a maior estimativa do número de espécies estiver correta (ou seja, que existem 100 milhões de espécies diferentes convivendo conosco em nosso planeta), então entre 10 mil e 100 mil espécies entram em extinção a cada ano.

Urso polar, outra espécie ameaçada pela ação humana/Foto: Pixabay

Não precisa nem discutir

Os cientistas sabem que, em toda a história do planeta, houve cinco grandes ondas de extinção, como a que exterminou os dinossauros, por exemplo. Acredita-se que, atualmente, vivemos a sexta crise de extinção.

A diferença é que, ao contrário dos outros cinco episódios de extinção em massa da história geológica, dessa vez parece que uma única espécie – a nossa – é quase inteiramente responsável por essa crise.

“Então não precisa nem discutir para saber quem está certo ou errado. Ou pra saber os números exatos. É praticamente consenso absoluto que há, na verdade, uma crise de biodiversidade seriíssima”, diz o WWF.

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