Paralelo 29

Sete membros de facção serão julgados por assassinato de mulher em Santiago

Foto: Reprodução, Facebook

Réus também feriram o companheiro da vítima cumprindo ordem de dentro de cadeia; crime ocorreu em abril de 2021 em disputa envolvendo o tráfico de drogas

Sete pessoas denunciadas pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) em Santiago começarão a ser julgadas em 16 de agosto deste ano por envolvimento na morte de Daniela de Freitas Falcão e na tentativa de assassinato de seu companheiro, Douglas Garcia Monteiro.

O júri está marcado para começar às 8h30min no Fórum da Comarca de Santiago e deve se estender por até dois dias, estimam os promotores de Justiça que atuarão em plenário, Francisco Saldanha Lauenstein e Silvia Inês Miron Jappe.

Serão ouvidas 11 testemunhas (cinco do MPRS e seis da defesa) antes do interrogatório dos réus. Após, se iniciarão os debates. MPRS e defesa terão 2 horas e 30 minutos cada para se manifestarem. Se tiver réplica e tréplica, o tempo será de 2 horas cada.

Os réus Marcos André da Fonseca Teles, Rafael Guimarães Garcia, Igor Thomaz Amaral Corrêa, João Vitor Pereira dos Santos, Matias Moreira da Cruz e Paulo Roberto Peixoto de Lima respondem por cinco crimes: homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima); tentativa de homicídio qualificado (motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima); posse de arma de fogo com numeração suprimida; posse de arma de fogo e munições de uso permitido; e associação criminosa.

O sétimo réu, Igor Guedes Freitas, é acusado de associação criminosa, por ter se associado ao grupo. Todos estão presos.

Como foi o crime

Daniela foi morta a tiros e Douglas, baleado no tórax, axila e ombro por volta das 21h30min de 30 de abril de 2021, na Rua Carlito Mazoni, Bairro Jardim dos Eucaliptos, em Santiago.

Obedecendo ordens enviadas por Marcos André de dentro da Cadeia Pública de Porto Alegre, os réus Igor Thomaz, João Vitor, Paulo Roberto e Rafael se deslocaram da Capital para Santiago com o único objetivo de assassinar as vítimas.

Naquela noite, o grupo se encontrou com Matias e recebeu dele as armas utilizadas no ataque. Então, os quatro foram até a residência do casal em uma Spin branca e abriram fogo. Depois, Matias, a mando de Marcos André escondeu o revólver utilizado no crime, cuja numeração estava suprimida.

Expansão das facções para o interior

Os promotores de Justiça alertam que esse crime é mais uma amostra da expansão para o Interior das facções que atuam em Porto Alegre e na Região Metropolitana.

“O mandante estava preso em Porto Alegre e de lá ordenou as execuções em razão de disputa de território, buscando o domínio do tráfico de drogas naquele bairro”, comentou Silvia Inês Miron Jappe.

“É um tipo de júri que não é comum em Santiago, por envolver facções e execução por conta do tráfico de drogas. Até por isso esse crime chamou tanto a atenção da comunidade, pois é um fato com o qual a comunidade de Santiago não está acostumada”, complementou o promotor Saldanha Lauenstein.

Por esse motivo, o homicídio consumado e o tentado foram qualificados por motivo torpe. O recurso que dificultou a defesa se caracteriza pelo fato de os denunciados, em superioridade numérica e com armas em punho, terem invadido a residência de surpresa e disparado contra os alvos.

(Com informações do MPRS)

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