Operação Maturin cumpre mandados em Santa Maria, Restinga Sêca, Júlio de Castilhos e Caçapava do Sul
A partir de apreensões de drogas em Santa Maria, Porto Alegre e Gravataí, entre novembro do ano passado e abril deste ano, a Polícia Federal (PF) chegou a uma organização criminosa que utiliza empresas de fachada para lavagem de dinheiro do tráfico de drogas. A Operação foi deflagrada na manha desta quinta-feira (3).
Segundo a PF, a operação mobiliza 120 policiais federais para o cumprimento de 20 mandados de prisão e 26 de busca e apreensão em cidades do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, com apoio de servidores da Receita Federal, da Brigada Militar e de agentes da Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe).
“Concomitantemente, são executadas medidas voltadas à descapitalização do grupo, como sequestros de veículos e imóveis, apreensão de bens e encerramento de empresas de fachada, em valor estimado superior a R$ 2,5 milhões, e o bloqueio de valores em contas bancárias”, diz a PF.
A OPERAÇÃO
Mandados de Prisão (MP) e Mandados de Busca e Apreensão (MBA) expedidos:
SANTA MARIA
- 15 mandados de prisão
- 21 mandados de busca e apreensão
RESTINGA SECA
- 2 mandados de prisão
- 1 mandado de busca e apreensão
JULIO DE CASTILHOS
- 1 mandado de prisão
- 1 mandado de busca e apreensão
CAÇAPAVA DO SUL
- 2 mandados de prisão
- 2 mandados de busca e apreensão
ARROIO DOS RATOS
- 1 mandado de prisão
PALHOÇA/SC
- 1 mandado de prisão
- 1 mandado de busca e apreensão
Cardápio e drogas e moeda falsa deram início às investigações
A investigação teve início em agosto de 2022, a partir do encontro de um “cardápio de drogas” em investigação sobre moeda falsa. A apresentação do cardápio, a quantidade e diversidade das substâncias oferecidas chamou atenção dos investigadores, levando à instauração de novo inquérito policial, com foco específico no tráfico de drogas.
Diligências indicaram que a venda de drogas no varejo ocorria por meio de aplicativos de mensagens e que a entrega era operacionalizada por mototaxistas capitaneados pela organização. Todos os envolvidos se utilizavam de codinomes e diversos meios para ocultar suas identidades e dos usuários.
Organização tinha mulas e alugava imóveis
A comercialização de drogas no atacado ocorria com a utilização de “mulas”, responsáveis pelo transporte e estoque das substâncias em diferentes cidades. A organização recorria de aplicativos de caronas pagas e aluguéis de imóveis por temporada para operacionalizar a logística do tráfico.
Com o avanço da investigação, a Polícia Federal identificou o líder a organização e mapeou os fornecedores, as pessoas interpostas (laranjas) usadas para lavagem de capitais e os transportadores das substâncias ilícitas.
No período de novembro de 2022 a abril de 2023, foram realizadas cinco apreensões de drogas, nas cidades de Santa Maria, Porto Alegre e Gravataí.
Foram constatados, ainda, atos de lavagem de capitais, como ocultação de veículos, imóveis rurais e o uso de empresas de fachada para dissimulação da origem ilícita dos recursos.
(Com informações da PF)