ROBSON ZINN – ADVOGADO ESPECIALISTA E MESTRE EM POLÍTICAS PÚBLICAS
Aqueles mais experientes no dia a dia dos meandros políticos de Santa Maria certamente já fizeram referência à afirmação de que todos são farinha do mesmo saco. A afirmativa de Alda Olivier nas eleições municipais de 2000 ainda permanece válida até hoje.
Obviamente, toda a história depende da narrativa e do ponto de vista. Agora, chegamos ao processo eleitoral de 2024. A Campanha Eleitoral configura-se como uma importante forma de democracia, pois é um período em que ocorre o confronto de ideias, debates, apresentação de propostas e candidatos.
Mas o que estamos vendo em termos de mudanças? NADA. Até o momento, nenhum candidato conseguiu fazer um sucessor, exceto no período da redemocratização em que Jose Farret passou para Evandro Behr que passou novamente Jose Farret.
Passadas quase três décadas nunca mais houve sucessão. Por que isso acontece? Talvez porque nunca tiveram interesse político em fazer o sucessor.
Na época a eleição do Evandro Behr (1988) foi muito mais por méritos próprios do que por atuação do gestor anterior. Fora esse caso isolado, em nenhuma outra oportunidade se construiu a possibilidade de eleger um sucessor.
Osvaldo Nascimento não se reelegeu em 2000, Valdeci não elegeu Paulo Pimenta em 2008 e Cezar Schirmer / Jose Farret não elegeram Fabiano Pereira em 2016.
Dito isso, seguindo essa lógica, é esse o futuro que resta para Rodrigo Décimo, já que ele se apresenta como o defensor do legado de Jorge Pozzobom nestas eleições de 2024.
Com essa afirmativa, surge outro bordão: “Na política santa-mariense, não se têm árvores, apenas arbustos”. Essa afirmativa também parece verdadeira dentro do contexto dessa análise se levando os histórico dos referidos mandatários locais.
Mas por que toda essa história? Para afirmar que nada é de graça. Nunca existiu interesse das partes em fazer um sucessor, pois o sucessor de hoje é o concorrente de amanhã.
Em suma, a política não é para ingênuos, e esse jogo já está em movimento, infelizmente até o momento sem nenhum ator político novo, apenas os mesmos, como diria Alda Olivier. Oremos por boas novidades. Nossa cidade merece !
