Paralelo 29

CRÔNICA DO ATHOS: Ruas de Fogo

Foto: Athos Ronaldo Miralha da Cunha

ATHOS RONALDO MIRALHA DA CUNHA – ESCRITOR

A noite foi memorável. E não poderia ser de outra forma. Quando tudo se encaminhava para uma vitória no tempo regulamentar e a classificação para as quartas de final ser tranquila, o River faz um gol aos 43 minutos do segundo tempo. Um balde de água fria!

A partir daí tudo foi emoção à flor da pele, como costumam ser os jogos decisivos do Internacional. Coração querendo sair do peito! Grito entalado na garganta!

A noite de temperatura amena estava quente em emoções, podemos distribuir méritos para todos os envolvidos nesta soberana vitória sobre o River Plate pela Libertadores da América. O dia 08 de agosto de 2023, no estádio José Pinheiro Borda, fomos testemunhas de um pouco da história do maior clube do Sul do Brasil, contada com jogadores aguerridos, explosões de alegria e multidão em delírio.

Mas duas situações que chamamos paixão colorada, transcendem a nossa imaginação e a fantasia futebolística, e nos provocam sentimentos incompreensíveis de torcedor. Todo o mundo entende, mas ninguém explica.

Nunca tinha presenciado o espetáculo que é “Ruas de Fogo”. Impossível ficar indiferente diante de tamanha grandeza. Construído de forma cooperativa com contribuições espontâneas.

É o sentimento de pertencimento porque o clube é do povo. Dada a sua imensidade “Ruas de fogo” poderá ser patrimônio imaterial da torcida, do clube e dos gaúchos. É de tirar o fôlego. Muito lindo!

Outra situação extremamente comovente foi ao final da partida. As luzes do Beira-Rio se apagam e as luzes dos celulares fizeram o espetáculo à parte ao som do hino do clube.

Novamente o sentimento de pertencimento porque o clube é do povo. Definitivamente, estamos dentro de um templo num conclave singular de júbilo e comoção. 

O Inter fez história ao vencer o River Plate e se classificar para as quartas de final da Libertadores 2023. Mas a escrita ficou por conta da torcida.

Não existe palavras para explicar este sentimento… este exagero de paixão, esta coisa chamada “Meu coração é vermelho!”.

Há algo de abstrato e utópico que nos faz pular de alegria e gritar “Puta que pariu!”, e não ser criticado pelo palavrão na hora errada… ou certa.  

Foi uma noite histórica para o Inter, que mostrou força, qualidade e determinação para seguir na Libertadores e almejar novas glórias para o desporto nacional.

A vitória sobre o River Plate entrou para a história como um capítulo inesquecível da jornada do Internacional na Copa Libertadores, lembrando a todos que no futebol, assim como na vida, as batalhas mais difíceis podem ser vencidas com coragem, trabalho em equipe e a crença inabalável de que a vitória é possível, mesmo diante dos maiores desafios.

Estamos vivíssimos na Copa Libertadores. Ávidos por títulos e emoções. E com memoráveis “Ruas de Fogo” para aplacar os nossos corações cansados de guerra e dignos de paixão.

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