Crime está relacionado a uma disputa envolvendo o tráfico de drogas
Começou nesta quarta-feira (16), em Santiago, o júri de sete acusados pelo assassinato de Daniela de Freitas Falcão e na tentativa de assassinato de seu companheiro, Douglas Garcia Monteiro. Os fatos ocorreram em 30 de abril de 2021 e tiveram como motivação disputa pelo tráfico de drogas.
O julgamento, presidido pela juíza Cecilia Laranja da Fonseca Bonotto, deve se prolongar até sexta-feira (16). Seis acusados respondem por homicídio e tentativa de homicídio qualificados pelo motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima.
Eles são acusados também pelos crimes de posse de arma de fogo com numeração suprimida, posse de arma de fogo e munições de uso permitido e associação criminosa armada. O sétimo corréu responde por associação criminosa armada. Serão ouvidas 11 testemunhas, cinco de acusação e seis de defesa.
Segundo a denúncia do Ministério Público, o crime foi motivado por disputas de território para o tráfico de drogas. Um dos réus seria o mandante do crime, acusado de ter planejado o homicídio de dentro da Cadeia Pública de Porto Alegre.
A mando dele, os demais teriam invadido a residência das vítimas, localizada no Bairro Jardim dos Eucaliptos, e atirado contra o casal. Daniela tinha 33 anos na época. Todos os réus estão presos.
QUEM SÃO OS ACUSADOS
- Marcos André da Fonseca Teles, que seria o mandante
- Rafael Guimarães Garcia
- Igor Thomaz Amaral Corrêa
- João Vitor Pereira dos Santos
- Matias Moreira da Cruz
- Paulo Roberto Peixoto de Lima
- Igor Guedes de Freitas
POR QUAIS CRIMES SÃO ACUSADOS
Os seis primeiros respondem por cinco crimes:
- Homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima)
- Tentativa de homicídio qualificado (motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima)
- Posse de arma de fogo com numeração suprimida
- Posse de arma de fogo e munições de uso permitido
- Associação criminosa
- Já Igor Guedes de Freitas é acusado de associação criminosa por ter se associado ao grupo
Facções criminosas chegaram ao interior, diz MP
Os promotores de Justiça alertam que esse crime é mais uma amostra da expansão para o Interior das facções que atuam em Porto Alegre e na Região Metropolitana.
“O mandante estava preso em Porto Alegre e de lá ordenou as execuções em razão de disputa de território, buscando o domínio do tráfico de drogas naquele bairro”, comentou Silvia Inês Miron Jappe.
“É um tipo de júri que não é comum em Santiago, por envolver facções e execução por conta do tráfico de drogas. Até por isso esse crime chamou tanto a atenção da comunidade, pois é um fato com o qual a comunidade de Santiago não está acostumada”, complementou o promotor Saldanha Lauenstein.
Por esse motivo, o homicídio consumado e o tentado foram qualificados por motivo torpe. O recurso que dificultou a defesa se caracteriza pelo fato de os denunciados, em superioridade numérica e com armas em punho, terem invadido a residência de surpresa e disparado contra os alvos.
(Com informações do TJRS e do MPRS)