CUCA VICEDO – PUBLICITÁRIA E COMENTARISTA DE CINEMA
Com certeza você Já ouvir falar na minissérie que despertou a curiosidade do grande público assinante do streaming Netflix, DAHMER:UM CANIBAL AMERICANO (Monstro: A História de Jeffrey Dahmer).
O serial killer que atraía rapazes negros, latinos e menos favorecidos, os drogava, praticava necrofilia, canibalismo e ocultava os corpos com ácido ou cortando em pedaços para jogar no lixo. Sim, a história é horrível.
O personagem, um verdadeiro monstro, e, por culpa de uma polícia e sociedade racistas, mesmo com o alerta e denúncia de vizinhos pelas atitudes tenebrosas dessa pessoa, deixavam passar por ser um homem branco; e, portanto, perto de todas suas vítimas, alguém para se levar mais a sério.
Jeffrey Dahmer era muito mais que um perturbado mental ou um doente. Se você pesquisar a vida desta criatura, vai verificar que ele não tinha arrependimento nenhum do mal que fez contra jovens inocentes que só queriam ter o direito de viver e ser feliz.
Na história retratada, a mãe é uma neurótica e histérica, e o pai, um imbecil acomodado. Mas isso não justifica que ninguém faça o que esse monstro fez.
Existem momentos perturbadores em episódios que fazem qualquer pessoa normal se sentir muito mal em saber que a realidade foi bem pior.
O criador Ryan Murphy se deixou levar e romanceou uma história mórbida, que não tem em nenhum momento nada para ser romanceado.
O assassino foi frio e calculista e agiu com requintes de crueldade gostando do que fazia, tanto que contou com satisfação para todos cada detalhe do que fez, sadicamente e, mesmo depois de preso gerou o ódio dos detentos por não mostrar nenhum arrependimento de seus atos. Por isso a vida dele teve o final que ele mesmo escreveu.
A maneira de condução da história foi muito mal construída fazendo idas e vindas na linha do tempo. Em uma história como essa o roteiro deve ser quase que documental e por isso deixou muito a desejar, porque o personagem principal não é um coitadinho vítima da sociedade.
Foi um monstro desumano e desequilibrado. O ator Evan Peters provavelmente ganhe prêmios por sua atuação, pois está com um ar de perturbado o tempo todo, encarnando um verdadeiro psicopata assassino, que não chama a atenção e tem uma personalidade tão conturbada.
Uma atuação premiada. Como aparece no final da história, Jeffrey Hahmer tinha fãs, se tornou celebridade e as vítimas foram esquecidas. Ele deixou famílias inteiras destruídas pela perda e, mesmo assim, existem até hoje pessoas que idolatram monstros como esse.
Em que mundo vivemos? Vale conferir também o documentário no mesmo streaming CONVERSANDO COM UM SERIAL KILLER: O CANIBAL DE MILWAUKEE, que é bem mais devastador, pois mostra a frieza do assassino e o depoimento de quem ouviu e testemunhou sua história.
Em um período sem grandes novidades, vale a pena rever a época que a Netflix investia bem em filmes e séries que se tornaram importantes. Hoje está cada dia mais perdendo terreno para outros streamings, a originalidade está decadente por lá. Fica a dica.