FABRÍCIO VARGAS – JORNALISTA E GERENTE DE PROJETOS DA SECOM
A tragédia das enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul nos últimos dias tem trazido grande comoção e despertado a necessidade de solidariedade e ajuda aos desalojados.
A consequência das 31 mortes registradas até o momento, em decorrência das fortes chuvas e inundações, nos mostra a urgência em discutir não apenas a questão da solidariedade, mas também a problemática ambiental e da falta de moradia digna em áreas de risco.
É alarmante constatar que, mais uma vez, eventos climáticos extremos resultaram em vítimas fatais e na perda de tudo que muitas pessoas possuíam.
A região do Vale do Taquari foi a mais afetada pelas enchentes, mas a tragédia se estendeu por outros municípios do estado, cidades foram severamente afetadas, deixando um rastro de destruição e desamparo. Um verdadeiro cenário de guerra.
A ação da Defesa Civil tem sido essencial para o resgate e proteção das pessoas, concentrando todos os esforços em salvar vidas. Helicópteros têm sido mobilizados desde cedo para resgatar os moradores das áreas mais atingidas.
No entanto, é importante salientar que eventos climáticos extremos, como essas chuvas torrenciais e enchentes, estão se tornando mais frequentes e intensos devido às mudanças climáticas.
Essa tragédia nos mostra que não podemos mais ignorar a questão ambiental e a necessidade de tomar medidas preventivas para evitar futuras catástrofes. Além disso, é fundamental repensar a forma como as áreas de risco são ocupadas e garantir condições adequadas de moradia para todos.
É incompreensível que Santa Maria, por exemplo, espere por uma tragédia para resolver a questão das habitações em áreas de risco.
A prevenção e o planejamento são fundamentais para evitar perdas irreparáveis. É preciso investir em políticas públicas que viabilizem o acesso à moradia digna e segura, priorizando a realocação das famílias que vivem em regiões propensas a desastres naturais.
Além da solidariedade imediata, é essencial que estejamos engajados em abrir um diálogo sobre as consequências das mudanças climáticas e a necessidade de ações concretas para preservar o meio ambiente e evitar tragédias como essa.
É dever de todos cobrar medidas de prevenção e investimento em infraestrutura para minimizar os danos causados por eventos climáticos extremos.
A tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul é um alerta para que possamos unir forças, debater a questão ambiental e criar medidas para a falta de habitação digna, especialmente, em áreas de risco. Precisamos agir agora para que tragédias como essa sejam evitadas no futuro.
A solidariedade é o primeiro passo, mas não podemos deixar de lado a responsabilidade de promover mudanças em nosso modo de viver e preservar o planeta e o ecossistema a nossa volta.