FABIO S. VASCONCELOS – PSICANALISTA CLÍNICO E INSTRUTOR CORPORATIVO DE SOFT SKILLS
Sigmund Freud em uma profunda reflexão sobre a evolução da nossa auto imagem, identificou três momentos cruciais em que a ciência desafiou nossa noção de superioridade e, consequentemente, nossa ideia de “grandeza” diante da vida.
Segundo o pai da psicanálise, foram três os golpes deferidos no narcisismo da humanidade. O primeiro deles ocorreu quando Copérnico revelou que a Terra não era o centro do universo, abrindo nossos olhos para a vastidão do cosmos.
O segundo, protagonizado por Darwin e Wallace, confrontou a ideia de que éramos uma criação especial, trazendo o ser humano devidamente ao reino animal.
Mas é o terceiro golpe o mais intrigante que Freud nos traz: a pesquisa sobre a psiquê contemporânea sugere que somos dependentes de informações do que ele apresenta como inconsciente.
Provando que o “eu” que nem sequer é mestre em sua própria casa, mas é dependente da informação mais escassa a respeito de tudo o que acontece inconscientemente em sua vida psíquica.
Ao aceitar que nossa compreensão de nós mesmos é limitada e que nosso eu consciente é apenas a ponta do iceberg, podemos abraçar uma nova liberdade emocional.
Isso nos permite explorar nossa psique mais profundamente, compreendendo nossos impulsos e traumas inconscientes e, assim, liberar emoções e padrões comportamentais que antes nos limitavam.
Freud nos convida a explorar nossa própria complexidade, desafiando nossa arrogância e abraçando a liberdade emocional que vem com a autodescoberta e aceitação de nossa natureza psicológica profunda.
Nesse processo, encontramos uma estrada para a autenticidade e uma compreensão mais profunda de nós mesmos. Qual será o próxima ferida narcísica na humanidade?