Paralelo 29

CRÔNICA DO ATHOS: A virada em seis minutos

Foto: Ricardo Duarte, SCI

ATHOS RONALDO MIRALHA DA CUNHA – ESCRITOR

A síntese dos jogos contra o Fluminense, pelas semifinais da Libertadores, pode ser feita em poucas palavras. Poderíamos ter matado o jogo no Maracanã e não fizemos.

Poderíamos ter matado o jogo no Beira-Rio e não fizemos. E tudo parecia tão fácil e se tornou tão trágico. Um caso típico do que chamamos de imponderável e duas máximas do futebol muito evidentes.  

Quem não faz, leva.

O jogo só termina quando acaba.

E, assim, amarguramos uma derrota que não estava nos nossos planos após dois jogos épicos contra o River e Bolívar.

[A propósito: das coisas para fazer ou conhecer antes de morrer, coloque “Ruas de Fogo” da torcida do Internacional. Fica a dica.]

Quando um comentarista global falou da virada em seis minutos, me caíram a ficha e os butiá… havia outros seis minutos nas glórias do desporto nacional. Então, fui para o Dr. Google.

Houve outros seis minutos de triunfos e de grande euforia num Beira-Rio lotado. E já faz um bom tempo. Mais de 50 anos.  

Um jogo entre Inter e Cruzeiro pelo Brasileiro de 1972. O Colorado bateu o Cruzeiro por 3 a 2, no Beira-Rio, com gols de Claudiomiro, Escurinho e Valdomiro e virada nos últimos seis minutos de jogo.

O Cruzeiro era um timaço e contava com craques do quilate de Raul, Piazza, Palhinha e Dirceu Lopes que marcou os dois gols do time mineiro.

No empate do Inter dois torcedores enfartaram e faleceram a caminho do hospital. Todas estas emoções pelo rádio no brilhantismo de Pedro Carneiro Pereira na arte de narrar uma partida.  

Uma virada épica para lavar a alma. Como sabemos, aquela década foi a década do Internacional.

Encerro lembrando Karl Marx: a história acontece duas vezes, a primeira como tragédia e a segunda como farsa. E fico no aguardo de novas emoções e viradas.

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