Paralelo 29

PODCAST ESTAÇÃO 29 – “Houve até recado: pede pra sair”, revela delegado da Kiss sobre pressão de autoridades

Foto: Reprodução, Estação 29

Marcelo Arigony foi o responsável por investigar tragédia que matou 242 jovens na boate de Santa Maria, em 2013

O delegado Marcelo Mendes Arigony, delegado regional de Polícia na época da tragédia da boate Kiss, revelou ao podcast Estação 29 do paralelo29.com.br que sofreu pressão de autoridades devido à conclusão do inquérito sobre o incêndio que matou 242 jovens e deixou outros 636 feridos.

A tragédia de 27 de janeiro de 2013, em Santa Maria, resultou em um inquérito que responsabilizou 28 pessoas que teriam, de uma forma outra, contribuído para o evento.

Destas, 13 eram bombeiros, incluindo os que liberaram a boate para funcionamento, apesar de irregularidades constatadas. Mas houve, também, o apontamento de outras autoridades, entre elas o prefeito Cezar Schirmer (MDB).

Por decisão do Conselho Superior do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), a investigação contra Schirmer, dois secretários municipais e dois funcionários da Prefeitura foi arquivada.

Segundo Arigony, depois da conclusão do inquérito e da reação de pessoas apontadas como passíveis de responder pela tragédia, ele não teve mais condições políticas de permanecer no cargo.

De forma indireta, segundo o delegado, houve pressão para que ele se afastasse: “Houve até recado: pede pra sair”, contou no podcast.

Esses recados davam a entender que ele e outros colegas poderiam ser transferidos. Arigony não disse de quem teriam partido esses recados. Contudo, ele isenta o Ministério Público, afirmando que o órgão cumpriu seu papel e não interferiu.

O ex-delegado regional afirma na entrevista que o trabalho da Polícia Civil foi técnico e apontou pessoas que, inclusive, eram próximas e com as quais tinha relações.

O podcast Estação 29, disponível nos canais do paralelo29.com.br no Youtube e no Spotify, também aborda outros assuntos com Arigony, entre eles a atuação de facções em Santa Maria.

Atual titular da Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP), Arigony fala sobre os assassinatos na cidade e afirma que a Polícia Civil tem conseguido apurar a maioria dos casos.

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