MARIONALDO DA COSTA FERREIRA – CONSULTOR PARA CIDADES INTELIGENTES
Estamos assistindo diariamente ao desgaste dos poderes executivo, legislativo e judiciário. Na realidade, não escapou nenhum dos chamados poderes.
A corrupção no Judiciário tem muito haver com a falta de sintonia com os anseios populares e principalmente pela falta total de controle da sociedade desse poder. Os juízes estão entre o céu e Deus, claro que mais próximos de Deus.
A corrupção do Executivo não é muito diferente, onde servidores, alguns, propagam o desgaste do Estado, agindo de uma forma desrespeitosa com a sociedade e os governantes que são eleitos para gerenciar e não o fazem. No Legislativo, a corrupção tem raízes no processo eleitoral.
A relação entre público e privado vincula-se ao financiamento das campanhas. Num país-continente como o Brasil, campanha eleitoral é coisa cara e exige desembolso milionário.
Candidatos e partidos, não dispondo de capital próprio, recorrem a quem o tem, tornando-se reféns de quem os financia. No fim das contas, acabam representando os seus credores e não seus eleitores.
E o Estado, coisa pública, sustentada pelos contribuintes, torna-se instância privada, de quem financia seus gestores.
Os deputados e senadores foram eleitos por regras que precisam ser mudadas. Mas os que lá estão resistem em mudá-las por uma única razão: foram vitoriosos dentro delas. Fazer uma reforma política apenas pensando em identificar o partido com o eleitor de nada vai adiantar.
Sou favorável a um Congresso unicameral, não apenas pelo gasto que os 81 senadores produzem, mas para agilizar mais o processo legislativo.
Fiquei procurando o que os senadores produzem para seus Estados. Confesso que não encontrei nada de diferente de um deputado.
Em muitos casos, o deputado é muito mais atuante e eficaz para suas regiões. Procurei assistir a TV senado tentando mudar minha opinião. Não mudei pelo contrário, ratifiquei mais ainda minha posição.
Com todo o respeito, é um bando de ex-governador, ex-presidente, que tem privilégio que um mortal nem sonha. Penso que para fazer uma mudança radical, no sentido de ir a fundo nas mudanças, os mais interessados, a população, deveriam ser chamados a participar através de um plebiscito.
Se meu raciocínio estiver certo, os atuais deputados e senadores, salvo raras, mas raríssimas exceções farão as reformas de modo a perpetuar os poderes do privado sobre os interesses nacionais.