Prefeito foi afastado duas vezes do cargo por decisões judiciais
Afastado do cargo desde novembro do ano passado por decisão da Justiça, o prefeito de Itaara, Silvio Weber (PSB), deverá retornar à Prefeitura do município nesta segunda-feira (12). Às 8h, Weber dará uma entrevista coletiva para falar sobre o seu retorno.
Weber, que também é conhecido como Padre Silvio por ser sacerdote da Igreja Católica, foi afastado pela primeira vez em 17 de novembro do ano passado por um período de seis meses. Em maio deste ano, a Justiça renovou o afastamento por mais meio ano.
O paralelo29.com.br conversou com Silvio Weber. Ele disse que, por orientação do seu advogado, só vai se manifestar nesta segunda-feira. A coletiva será acompanhada pelo defensor dele, Bruno Paim.
Vice assumiu como interina
O afastamento cautelar do prefeito foi determinado pela 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do sul (TJRS) no curso de uma investigação de um suposto esquema de investigação na Prefeitura de Itaara. Também houve o afastamento de cargos de confiança.
Durante o período de afastamento de Weber, a Prefeitura ficou sob o comando da vice-prefeita Salete Disconzi, que assumiu como prefeita interina. Os dois estão rompidos politicamente.
O prazo do segundo afastamento expirou na sexta-feira (10), e não houve nenhum outro pedido de renovação da medida. O paralelo29.com.br tentou contato com a prefeita interina de Itaara, mas ainda não obteve retorno.
Embora Weber só irá se manifestar nesta segunda, é possível que ele promova mudanças na Prefeitura. Por isso, o clima em Itaara é de tensão e expectativa.
Neste domingo (12), véspera do retorno ao cargo, Weber participou da 80ª Romaria da Medianeira, em Santa Maria. O prefeito nega todas as acusações contra ele.
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Operação Santidade
Alvo da Operação Santidade, deflagrada pelo Ministério Público (MP) em 17 de novembro do ano passado, Weber é suspeito de chefiar o suposto esquema de desvio de recursos públicos.
Conforme o promotor Antonio Képes, responsável pelas investigações, na época, o esquema envolveria desvio de dinheiro público em contratações fraudulentas de empresas na área de pavimentação.
Na época, Képes também disse que havia fortes indicativos de participação do prefeito em tentativa de eliminar possíveis provas que poderiam ser usadas contra ele em Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) abertas para apurar denúncias contra Silvio Weber.
MP investiga suposto esquema de corrupção
Segundo o Ministério Público, as investigações apontaram a existência de “um esquema criminoso” chefiado por Weber. Empresarias seriam beneficiadas em licitações publicas a partir de obras superfaturadas. Em um dos casos, o prejuízo aos cofres públicos de Itaara teriam sido de R$ 471,1 mil.
Ainda segundo o MP, há suspeitas de pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos com de desvio de dinheiro público.
O afastamento dos investigados, segundo o TJRS, teve como objetivo evitar “novos crimes e garantir o andamento das investigações” sem a interferência dos suspeitos. Um afastamento definitivo só será possível se houver condenação em processos criminais.
Além da investigação do Ministério Público, a administração municipal foi alvo da oposição na Câmara de Vereadores de Itaara, que instaurou Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI). Há, também, um pedido de cassação do prefeito no Legislativo Municipal de Itaara.